Hoje é o aniversário de Umberto Cerri, um dos maiores fotógrafos de automóvel do Brasil. Tenho a grata oportunidade de conviver- e trabalhar - com ele e com seu filho, Alessandro(que aniversariou no dia 24/09). Já bebemos bons vinhos, tomamos cervejinhas estupidamente geladas, discutimos sobre futebol, cinema, conjuntura política,filhos,velhice,futuros. Planejamos um restaurante em Búzios, uma viagem pelo interior da Itália.
Me recordo de um trabalho que fizemos juntos, em São Paulo, Ele fotografando, eu gravando imagens para um vídeo. A última cena e última foto seriam em frente a um hotel de luxo, próximo ao aeroporto de Guarulhos.
No trajeto, chuva. Ao chegarmos, com alguns pingos querendo estragar a escova e o molhar os ternos e vestidos dos figurantes. Afobado, sem querer adiar para o dia seguinte a gravação, suprimi uns planos de tomada de cena e resolvi gravar apenas as que estavam prevista para debaixo da cobertura do saguão de recepção. Enquanto isso, Cerri, sentado dentro do carro da produção, olhava para sua câmera, para o céu e para mim. E eu ia fazer feio na frente dele?! Nem pensar.
Gravei os takes, alguns sem repetição. E Umberto, tranqüilo, aguardava dentro do carro. Uma só vez, me disse: Se não der, gravo amanhã. Tenho tempo. Vou ficar na casa da minha filha, mesmo!.
Uns quarenta minutos depois, terminado o meu trabalho – eu feliz , pois a chuva ofereceu uma trégua – Cerri desceu do carro e disse para o produtor: coloque o carro ali, vou fotografar agora.
E então, o sol saiu detrás das nuvens e espalhou sua luz de final de tarde sobre o cenário e sobre a vida do mundo. E a primeira coisa que Umberto me mostrou, foi o reflexo de nós dois, no vidro escuro da portaria do hotel. E se foi a clicar!
Foi então que eu aprendi o que é a paciência e como é bom o tempo, quando a gente é cúmplice dele. Ou vice-versa. E que a vida é rápida, como a de nós dois naquele espelho.
Feliz aniversário, Umberto Cerri!
Me recordo de um trabalho que fizemos juntos, em São Paulo, Ele fotografando, eu gravando imagens para um vídeo. A última cena e última foto seriam em frente a um hotel de luxo, próximo ao aeroporto de Guarulhos.
No trajeto, chuva. Ao chegarmos, com alguns pingos querendo estragar a escova e o molhar os ternos e vestidos dos figurantes. Afobado, sem querer adiar para o dia seguinte a gravação, suprimi uns planos de tomada de cena e resolvi gravar apenas as que estavam prevista para debaixo da cobertura do saguão de recepção. Enquanto isso, Cerri, sentado dentro do carro da produção, olhava para sua câmera, para o céu e para mim. E eu ia fazer feio na frente dele?! Nem pensar.
Gravei os takes, alguns sem repetição. E Umberto, tranqüilo, aguardava dentro do carro. Uma só vez, me disse: Se não der, gravo amanhã. Tenho tempo. Vou ficar na casa da minha filha, mesmo!.
Uns quarenta minutos depois, terminado o meu trabalho – eu feliz , pois a chuva ofereceu uma trégua – Cerri desceu do carro e disse para o produtor: coloque o carro ali, vou fotografar agora.
E então, o sol saiu detrás das nuvens e espalhou sua luz de final de tarde sobre o cenário e sobre a vida do mundo. E a primeira coisa que Umberto me mostrou, foi o reflexo de nós dois, no vidro escuro da portaria do hotel. E se foi a clicar!
Foi então que eu aprendi o que é a paciência e como é bom o tempo, quando a gente é cúmplice dele. Ou vice-versa. E que a vida é rápida, como a de nós dois naquele espelho.
Feliz aniversário, Umberto Cerri!