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sexta-feira, 2 de julho de 2010

MICHAEL JACKSON 4

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Conclusão

Neste “improfanável” reside a eternidade do intérprete de Black and White que, com a mecha de cabelo que caiu durante o comercial da Pepsi e será transformada em diamante (fogos de artifício atingiram a cabeça de Michael), ou na luva cravejada de brilhantes, “entre o menininho maravilhoso que foi invadido pela indústria tão radicalmente cedo e a coisa em si do espetáculo, e a cena perversa acompanhada por todos, do adulto que era pura visibilidade, temos a história da assimilação negra ao mercado e ao fetichismo industrial americano, que não se tornou libertária. Michael foi um verdadeiro cidadão Kane do momento avançado do capitalismo turbinado. De fato, um "cidadão quem?"; ou, melhor, "cidadão o quê?"”, questiona Ab´Saber.

Para encerrar, a título de epitáfio ou prólogo do “a gente jaz e acontece” , as palavras de um réquiem do espetáculo, escrito pelo crítico João Paulo : “O artista, por isso tudo, tinha motivos de sobra para ser amado. E foi. Se, com o tempo, levou sua existência ao limite da normalidade, numa série de extravagâncias, não foi por falta de carinho, admiração, talento e dinheiro. Foi porque era humano demais. Algo que ele parece não ter aceitado muito bem.

Michael Jackson teve tudo o que o dinheiro pode dar,. Até a falência. Sua relação doentia com o tempo – sua renitência em aceitar sua inexorabilidade – fez com que se relacionasse com o passado com o impulso de posse: comprou direitos das canções dos Beatles e de Elvis Presley, casou-se com a filha do intérprete de Love me tender, construiu castelos com montanhas-russas, teve filhos em intercursos mais jurídicos que sexuais. Negar sua cor foi outra de suas obsessões, que o levou a sucessivos tratamentos e plásticas. Foi ficando branco e feio. Quebrou o espelho de Narciso e passou a viver uma vida plena de delírios de perseguição, reais e imaginários. (...)Autor do clássico da solidariedade pop, We are the world, Michael Jackson morreu confirmando que o mundo é um só, mas no que tem de pior: a sede de tornar tudo um evento. Ele não foi vítima, mas personagem de um tempo vazio, que o consumiu. Com seu talento, no entanto, ajudou a tornar tudo um pouco mais suportável e bonito” .

Hoje, um ano após a morte de Michael Jackson, circula pela internet as “50 razões para acreditar que Michael Jackson está vivo”.

Requiem aeternam dona eis.


Referências Bibliográficas

AB´SABER,Tales.Ruínas do pop.Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0507200910.htm. Acesso em 5 jul.2009.
AGAMBEN,Giorgio.Profanações.São Paulo:Boitempo Editorial,2007.
AGAMBEN,Giorgio. ¿Qué es un dispositivo?
CAMARGO,Cleber. Disponível em Acesso em 5 jul.2009.
MORIN, Edgar. As estrelas – mito e sedução no cinema.Rio de Janeiro:José Olympio,1989PAULO,João.Por que ele não morreu. Estado de Minas , Belo Horizonte,26 jun.2009.–Caderno Especial,p.3.
SILVA,Carlos Eduardo Lins da.Os grandes homens Ronaldo e Michael. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ombudsma/om0507200901.htm . Acesso em 5 jul.2009.
VERÓN, Eliseo.Fragmentos de um tecido. São Leopoldo:Unisinos,2004.

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