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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

DE VOLTA


Patrick Charaudeau, em O discurso das mídias – Ed. Contexto, 2007, pág. 137 – diz que o ser humano se debate entre dois imaginários, o da aldeia e o do planeta. Segundo o francês, “ a aldeia, símbolo da força de campanário, conservadora, que lança as raízes da identidade bem fundo na terra mãe, a terra dos ancestrais, da família, dos vizinhos, dos amigos, das relações íntimas; a aldeia que delimita o horizonte de vida, o campo de ação do homem, àquilo que lhe é mais próximo, em que ele pode tocar ou reconhecer imediatamente como familiar. O imaginário do planeta, símbolo do desejo de expansão, de expansão para outros horizonte, e que, inversamente à força de campanário, não deixa que as raízes cheguem a se firmar e faz com que o homem, como a rosa dos ventos, deixe-se se levar através do espaço; o planeta que abre o horizonte de vida, o campo de ação do homem àquilo que é diferente, distante, exótico, que ele pode perseguir numa busca sem fim, vivendo permanentemente por procuração os mundos e os heróis que inventa para si”.

Luciana Katahira acaba de chegar de uma viagem de 36 dias pela Bolívia e Peru. Entusiasmada, emocionada, falante, ela é o exemplo daqueles que vivem o imaginário do planeta. Ama a vida, ama o mundo e sabe, como ninguém que – tomando emprestado uma frase de uma música dos Titãs – “é caminhando que se faz o caminho”.

Katahira é uma viajante. É uma das mulheres “mais homem” que conheço. Capaz de empreitadas radicais e, digamos, algumas vezes exóticas.

Mas ela tem a sua aldeia; um coração de felicidade extrema envolvido nas delicadas raízes de seus sonhos.

Um comentário:

  1. conoci a Luciana, a su paso por Bolivia, es una mujer excepcional y amante de su profesion y de su trabajo. Exitos en tus proyectos.
    cesar

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