Ao que parece o espaço midiático vem assumindo, velozmente, papéis que, até então, deveriam ser desempenhados pelas instituições, pelos legisladores, pelos executores e, óbvio, supervisionadas por nós, cidadãos que, ao final das contas, somos os responsáveis finais pelas decisões, atitudes, mandos, desmandos e, com perdão da vulgaridade, pela zona generalizada que vai desde o emprego para o namorado da neta até o desvio de milhões ou a morte de centenas ou dedos sujos saindo e entram por orifícios e ratoeiras vários.
Eliseo Verón em seu livro Fragmentos de um tecido, no capítulo “As mídias na recepção: os desafios da complexidade”, aponta para o fato de que “ a passagem das sociedades midiáticas para as midiatizadas expressa, na realidade, a adaptação das instituições das democracias industriais às mídias, tornando-se estas últimas as intermediárias incontornáveis”.
Evidentemente que, ainda, essa gestão social se encontra sob o controle das estruturas políticas organizadas, ou seja, o Estado e os partidos. Pensando a idéia de Pizzorno sobre esse sistema como mediador e politizador dos objetivos sociais, os últimos anos de governabilidade no Brasil têm demonstrado que as nossas instituições, como pondera Verón, a respeito das instituições políticas das democracias industriais, “parecem ter cada vez mais dificuldades de exercer essa função de mediação entre os coletivos que definem as identidades sociais e seu ambiente”. Na sua percepção,” as mídias, intermediários obrigatórios da gestão política das representações sociais no período da midiatização, hoje têm uma tendência a se tornar autônomas, de “curto-circuitar” as instituições políticas”.
A consequência dessa auto-governabilidade, dessa autonomia, caso aconteça de vez, sobre a máquina política indicaria, para Verón, “ que entramos em um período novo que nos leva para além da midiatização, tal como a conhecemos até agora”. Ao contrário de redundar no clichê de “quarto poder” – o que nivelaria as mídias aos outros três – na hipótese de um novo período de midiatização, alerta Eliseo, as mídias seriam o lugar(o único) em que, no plano da sociedade global, far-se-ia o “trabalho” sobre as representações sociais: as instituições políticas seriam cada vez mais desapossadas dessa função”.
Os posicionamentos dos âncoras dos telejornais, a contundência – ou superficialidade - das reportagens, os canais de locução e interlocução com a sociedade e as “saias justas” dos infindáveis talk shows sinalizam para isso.
Eliseo Verón em seu livro Fragmentos de um tecido, no capítulo “As mídias na recepção: os desafios da complexidade”, aponta para o fato de que “ a passagem das sociedades midiáticas para as midiatizadas expressa, na realidade, a adaptação das instituições das democracias industriais às mídias, tornando-se estas últimas as intermediárias incontornáveis”.
Evidentemente que, ainda, essa gestão social se encontra sob o controle das estruturas políticas organizadas, ou seja, o Estado e os partidos. Pensando a idéia de Pizzorno sobre esse sistema como mediador e politizador dos objetivos sociais, os últimos anos de governabilidade no Brasil têm demonstrado que as nossas instituições, como pondera Verón, a respeito das instituições políticas das democracias industriais, “parecem ter cada vez mais dificuldades de exercer essa função de mediação entre os coletivos que definem as identidades sociais e seu ambiente”. Na sua percepção,” as mídias, intermediários obrigatórios da gestão política das representações sociais no período da midiatização, hoje têm uma tendência a se tornar autônomas, de “curto-circuitar” as instituições políticas”.
A consequência dessa auto-governabilidade, dessa autonomia, caso aconteça de vez, sobre a máquina política indicaria, para Verón, “ que entramos em um período novo que nos leva para além da midiatização, tal como a conhecemos até agora”. Ao contrário de redundar no clichê de “quarto poder” – o que nivelaria as mídias aos outros três – na hipótese de um novo período de midiatização, alerta Eliseo, as mídias seriam o lugar(o único) em que, no plano da sociedade global, far-se-ia o “trabalho” sobre as representações sociais: as instituições políticas seriam cada vez mais desapossadas dessa função”.
Os posicionamentos dos âncoras dos telejornais, a contundência – ou superficialidade - das reportagens, os canais de locução e interlocução com a sociedade e as “saias justas” dos infindáveis talk shows sinalizam para isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário