“A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA” *
Outro dia ouvi de um conhecido uma afirmativa fruto de uma mudança de comportamento dele: “o dinheiro é uma maldição, agora estou livre disso”. Mas o brilho nos olhos dele significava outra coisa. Era o brilho do rancor, da decepção, da inveja. Aquele olhar tipo “seca pimenteira” de tanta vontade de vingar, de querer que o outro, enquanto bem sucedido nas suas relações com o dinheiro, se desse muito, muito mal. Em lugar da abundância, a desgraça!
Carregamos uma quantidade de crenças, tabus e medos com relação ao dinheiro, seu uso e o que podemos nos oferecer através desse uso. Acreditamos que só ganha dinheiro quem já o tem; ou que já passou o nosso tempo de lidarmos com isso; que ele não traz felicidade. Tem a história de Jesus vendido por trinta dinheiros, as doenças que o dinheiro pode trazer pelo fato de passar de mão em mão, as pessoas pobres que nos estendem as mãos pedindo esmola...
Quem impede a realização financeira, a prosperidade e a abundância somos nós mesmos. Inclusive com a ideia de que isso só acontece com quem consegue milhões de reais. Olhe além das suas montanhas de senões e verá que tem muitas pessoas realizadas financeiramente, prósperas e cercadas de abundância material e espiritual sem essa concepção ávida.
Barreiras, as financeiras principalmente, foram feitas para serem ultrapassadas, de acordo com a nossa competência, talento e habilidades (ou ferramentas). O que não quer dizer que estou sugerindo que você arrombe um cofre. Por exemplo, quem é assalariado é – e não minta para si mesmo – refém do pagamento todo final de mês. Como ele resulta numa tristeza – é muito pouco - e em uma certeza – vai faltar para pagar as contas , você acaba acreditando que não é capaz de mudar essa realidade. Como diz a Marina Colasanti , em seu texto “Eu sei, mas não devia”, a gente “se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito “.
Assim, mesmo que estejamos cheios de intenções, vontades, expectativas, não sabemos – ou não nos atrevemos – a vencê-las. A gente se acostuma à resignação e conta suspiros todas as tardes.
Também não basta fazer cursos, ler todos os livros sobre o tema, participar de seminários com os nomes top do mercado. É preciso agir como se não houvesse amanhã, tomando emprestado e brincando com a frase do querido Renato Russo.
Como o meu amigo, muitos estão se resignando com sua preguiça, falta de perseverança e buscando subterfúgios para a insatisfação. E pior, “secando” o sucesso dos outros, dos que identificam suas barreiras – e as derrubam; que reconhecem suas competências – e as revela; que retoma sua força – e age.
Já que este texto também é de lembrar, que tal encerrá-lo com uma pergunta dos Titãs: Você tem fome de quê ?
* Estrofe de “Comida” – Composição de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito
Eu tenho fome do Amor...Bjus
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