A luz.
Mística.
Misteriosa.
Revelação da existência.
Existir diante da luz. Conceder um instante da vida para um instante da infinitude. Descortinar-se das sombras e ser.
Não há dúvidas diante da claridade. Iluminados, nos tornamos cúmplices. Nesta cumplicidade nos tornamos parceiros, amigos, irmãos. Discretos ou eloqüentes sonhadores, saímos mundo afora dando notícias de nós, conhecendo histórias de outros. Assistimos a narrativa ora trágica, ora romântica, ora utópica da incessante trajetória da humanidade em busca de si mesma.
Viajamos em imagens, pelas imagens, como imagens. Assim, de realidade em realidade, vamos encontrando as sutis significâncias dos objetos, o angustiado significado do homem. Aprendemos, entre as nossas tantas veredas, que viver é um grande risco.
Tudo luz. Luz de amor. Luz de alegria. Luz de vitória. Luz de conhecimento. Luz de sabedoria. Luz de transgressão. Luz de atrevimento. Luz de descobrir.
Descobrir faz parte da nossa luz. Para o caos das nossas ansiedades, a palavra que orienta, o ombro que acalma; para a ansiedade dos nossos desejos, a mão que acaricia , o olhar que pondera;para a dor das nossas dificuldades e perdas, o abraço que fortifica , o beijo que reaquece.
Eis a razão da luz: permitir que todas as trocas possíveis aconteçam transparentes; permitir que as palavras que expressamos sejam no mesmo idioma das palavras que sentimos;permitir que os gestos que encenamos sejam os mesmos do roteiro de verdade que ensaiamos;permitir que o desejo de felicidade que externamos seja o mesmo que derrota o nosso egoísmo e a nossa inveja.
Permitir que a nossa fugaz caminhada por este planeta deixe, para os que estão vindo, sinais seguros e lembranças singelas de que o caminho que trilhamos é uma boa opção. Opção para quem acredita que nada se realiza sozinho. Que ninguém se faz sozinho. Nem a luz, que só é luz porque tem infinitas histórias para iluminar.
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