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terça-feira, 21 de agosto de 2012

PESCARIAS



Samuel, meu neto mais velho, pescou dois peixes. Quem me dá a notícia é a mãe dele, pelo celular. Agora ela precisa cumprir a promessa de enviar as fotografias que comprovam o grande acontecimento. Ele ainda não é um Vitor Galery, um tio João, um Tio Celso, um João Arantes, um Alcides(o Pimpão). Mas está no caminho.

Daqui a pouco o menino saberá apreciar a coreografia das águas, entenderá as artimanhas dos peixes, ouvirá seu coração em dueto com o vento e conseguirá as melhores iscas nas terras da liberdade.
Um menino inicia seus rituais da infância pela cerimônia dos peixes. Um milagre que multiplica esperanças, que alimenta essa deliciosa incerteza que é viver. Samuel começa a ler as partituras das margens.

Quero ver as fotografias. Não para confirmar se é verdade. Dizem que pescador costuma ser mentiroso. Mas entre as mentiras do mundo ‘normal’ são as melhores coisas de se ouvir. E de acreditar.
Quero as fotos para ver o olhar do meu neto. E através do seu olhar me reencontrar criança ingênua dos sinuosos significados da vida.

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