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segunda-feira, 18 de março de 2013

VAMOS AMAR JUNTOS?


VAMOS AMAR JUNTOS?

BARCO
Casados há 31 anos, Kay e Arnold convivem sob o mesmo teto e dormem em quartos separados. Os filhos se foram, cada um seguindo o seu destino. Na comemoração do trigésimo primeiro aniversário, o casal se dá, de presente, uma nova assinatura de tv a cabo. Nos anos anteriores, geladeira, aquecedor novo…

A rotina é essa e o romance se perdeu em algum dos corredores do desencanto. A mulher, contudo, resolve ir à luta em defesa do amor, em busca da paixão perdida, do “felizes para sempre”.

Revelações, desabafos, fantasias sexuais, tesões reprimidas ou repreendidas, um “sexo mais ou menos” e o “isso acontece com todos os casais que chegam nessa fase do relacionamento” desenham os sentimentos dos dois. O marido, mais turrão, acredita que não existe uma fórmula, mágica que mude a ordem natural das coisas.

A esposa, ao contrário, ainda que ame, muito, o seu companheiro, não se dispõe a aceitar essa “ordem” e decide pela sua felicidade. Ainda que essa lhe custe a separação.

Evidentemente que o roteiro de “Um divã para dois” (Hope Springs) tem um outro desfecho. O importante é que o amor e a esperança sobrevivam. Ou floresçam.

Nossas relações são assim, idas e vindas, estacionamentos. Muitas vezes, navios no mesmo mar com tempestades diferentes, direções contrárias, cargas distintas. A cada navegação, a estrutura se desgasta , o motor consome mais combustível, o mar ora   é calmo demais, ora é intransponível.

A mão que se distancia da outra é a âncora que se rompe da corrente. O coração fica à deriva. Amar é uma rota que requer competência para compreendermos que podemos até ser bons navegadores, mas que não somos donos das águas. E delas, quase nada sabemos.

Viver um projeto de amor e de companhia pede cumplicidade na leitura das cartas náuticas, compreensão dos muitos mapas do tesouro, diplomacia nos motins, coragem diante dos piratas, uma praia paradisíaca para se descansar e saborear, entre beijos e carinhos, a sensação de que somos os donos do mundo.

E , sempre que possível, há de atracar-se para revisar os cascos, lubrificar os lemes, costurar as velas e hastear, no mastro principal, a bandeira da paixão. Debruçar na murada e cantarolar, feliz feito uma gaivota, ela vem chegando/e feliz vou esperando/ a  espera é difícil/ mas eu espero sonhando(…)/pois menina bonita/é um céu azul/é um colírio/é um mar de rosas/é olímpica sua beleza/ela é alegria/da minha tristeza.”

Pois que amor e mar, quando se entendem…

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