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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O "MENINO JESUS" DO SÉCULO 21

FOTO: RECORTE DA CAPA DA REVISTA VEJA EDIÇÃO 2149 – ANO 43 – No.4


Quantos braços abertos já vimos ou vemos, diariamente? São atletas comemorando, pessoas num encontro ou reencontro, ídolos circunstanciais num palco, corpos abertos para o vento e o sol e, claro, os do Cristo, abertos para a benção e para o sacrifício em favor de nós.

Contudo, nenhum desses braços abertos guardam mais força, mais esperança na vida, mais certeza de vitória do que os braços abertos do menino haitiano resgatado dos escombros dias depois do terremoto que matou mais de 100 mil pessoas em Porto Príncipe, capital do Haiti.

Affonso Romano de Sant’Anna reflete que “embora muitos pereçam, a ruína nos dá lições de vidas.Pois desabam os casamentos , os negócios,a saúde e os regimes, mas não se sabe onde nem por que milagre surgem forças propiciando o resgate e nos livrando do total aniquilamento”.

Este menino, que ao ser “puxado” de volta ao mundo, abriu os braços para os olhares do mundo. Ele mesmo vendo o mundo com um brilho particular nos olhos: o brilho daqueles que, mesmo por maiores que possam ser as adversidades, são capazes, fortes para vencê-las.

Se outros braços abertos não fazem mais efeitos entre nós “humgoístas” – essa nova espécie que povoa o planeta – os do pequeno haitiano gritam “estou vivo,estou vivo”.

O menino não vai para o palco com o Bono, não vai dançar com a Madona e conhecer o seu Jesus fashion , não será beijado pela Carla Bruni e nem se submeterá ao toque de recolher da Hillary Clinton ou aos ciúmes dos militares brasileiros quanto a presença americana em Porto Príncipe. Muito menos será convidado para um jantar a bordo dos gigantescos navios de turismo que estão ancorados em praias haitianas não alcançadas pelo abalo sísmico.

É provável que, neste momento ele esteja comendo uma bolacha de argila debaixo de alguma tenda armada na Cité Soleil. Situação que não é consequência apenas do terremoto da natureza, mas, principalmente, pelos vários terremotos dos homens das grandes potências, das grandes economias que, agora, diante das câmeras, encenam o espetáculo da solidariedade. Se olharem no fundo dos olhos do pequeno haitiano, vão descobrir quem, verdadeiramente, está “debaixo dos escombros”. E que os braços abertos do menino são a oportunidade que lhes é dada para escapar do total aniquilamento.O menino que eu chamo de “meu Menino Jesus”.

Retomando Affonso, ele nos fala, diretamente: “ Amigo,amiga, terremotos, dentro e fora de nós, hão de sempre ocorrer. A ruína, além da morte, nos dá lições de vida”.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

MINHAS RAZÕES DE VIVER

Meus dois netos são as grandes razões da minha vida, agora, depois dos cinquenta anos. Evidente que existem outras grandes razões. Algumas guardadas em absoluto sigilo, quase segredo de morte, outras que eu mesmo me encarrego de divulgar, de reforçar. Quase como se estivesse dizendo para mim mesmo que se as pessoas não se interessam pelas minhas razões de viver, eu me interesso. Assim repito todos os dias a minha lista.

Os netos, contudo, trazem algo de especial, de instigante. São como laboratórios por onde entram as minhas certezas e saem apenas emoção e amor. Não é possível amar os netos com certezas e regras. Sempre que a gente faz isso, dói no peito aquela dúvida se fizemos o certo com nossos filhos.Netos, penso eu, são nossos filhos reeditados e disponibilizados para que possamos rever uma enormidade de conceitos e preconceitos e descobrirmos que devíamos ter filhos depois dos cinquenta anos. Me parece o tempo ideal para tê-los só para amá-los, de maneira simples, de mão estendida, com olhar protetor e contemplativo. Creio que isso se deve ao fato de que, depois que a gente vira avô é que a gente vê a vida. Ingênua, ainda, ela então se apresenta como tudo aquilo que é bom. Aquilo que para nós, os avós, já se foi.

Então, me lembrei de Gonzaguinha e sua linda “De volta ao começo”.

E o menino com o brilho do sol
Na menina dos olhos
Sorri e estende a mão
Entregando o seu coração
E eu entrego o meu coração

E eu entro na roda
E canto as antigas cantigas
De amigo irmão
As canções de amanhecer
Lumiar a escuridão

E é como se eu despertasse de um sonho
Que não me deixou viver
E a vida explodisse em meu peito
Com as cores que eu não sonhei
E é como se eu descobrisse que a força
Esteve o tempo todo em mim
E é como se então de repente eu chegasse

Ao fundo do fim
De volta ao começo
Ao fundo do fim
De volta ao começo

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

VIAJAR É PRECISO

Depois do sucesso da série Argentina, Luciana Katahira nos apresenta, a partir do dia 16/01, suas aventuras pela Bolívia e Peru. Mais de 10 mil quilômetros de estrada, imagens maravilhosas, experiências muito particulares, novos amigos e relatos especiais de pessoas muito especiais que nos garantem que o mundo pode ser maravilhoso (se a gente quiser). E Katahira, profissional sensível e talentosa, ser humano de primeiríssima qualidade que qualquer mãe gostaria de ter como nora, consegue costurar isso tudo com a singeleza e a emoção de quem sabe que , com licença do poeta, viajar é preciso.

A seguir, mais detalhes da série “Caminhos Andinos”, exibida pela TV Horizonte,canal 19 UHF.

Um pouco sobre a história do Cidade da Gente

Há 10 anos à frente do programa Cidade da Gente, a jornalista Luciana Katahira já percorreu muitos caminhos dessas Minas Gerais. O programa mostra a cultura, as tradições, as belezas, o patrimônio, a culinária, os artistas e o jeito muito particular do ser mineiro. No mapa do Cidade da Gente estão demarcados cidades históricas, lugarejos pouco conhecidos, gente e histórias que encantaram muitos telespectadores. A proposta do programa é ser, além de um roteiro de viagens, uma forma de levar o telespectador a enveredar-se neste universo chamado Minas Gerais. Afinal, nesta terra onde se alternam o bucólico e o cosmopolita, o urbano e o rural, o moderno e o tradicional, há muito o que mostrar, há muito o que descobrir e desvendar.

Minas é um tanto de mundos. No mundo, uns tantos de Minas. Uns tantos de cantinhos, vilas, metrópoles, gentes. Veredas e tramas . Minas e o mundo são costuras. Tudo alinhavado de sonho. Por esse mundo de Minas, por essas Minas do mundo, vai o Cidade da Gente.

Horários de exibição

Sábado – 20:30 (inédito)
Domingo – 17:30 (reprise)
Quarta – 22:00 (reprise)

Programa Cidade da Gente – série Caminhos Andinos

A partir do dia 16 de janeiro, o programa Cidade da Gente estréia uma nova e emocionante rota de viagem: a série Caminhos Andinos.

Nesta nova série pela América do Sul , a jornalista Luciana Katahira põe a aventura na sua bagagem e percorre a Bolívia e o Peru. Uma jornada por 12 cidades que será apresentada em 8 programas.

Durante 40 dias, Katahira percorreu, sozinha, mais de 10 mil quilômetros e registrou imagens, relatos, histórias e depoimentos de povos apaixonados por sua cultura, seus hábitos, atrações naturais e tradições.

Novas amizades, descobertas, aprendizados e muita paixão pelo viajar e descobrir mundos fazem parte desta série. Abaixo, segue um resumo das cidades visitadas:

Roteiro Cidade da Gente – Série Caminhos Andinos

Etapa Bolívia

Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba (exibição 16 de janeiro)
Para o primeiro programa, o ponto de partida é uma viagem pelo famoso Trem da Morte. Um trem de muitas histórias e lendas que são ouvidas entre os sons dos vagões nos trilhos. Em território boliviano, são visitadas as cidades de Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba. Cidades tranquilas, bem cuidadas e de gente muito receptivo que, com muito carinho, dão boas vindas ao país.( se é o Brasil é melhor citar)

Oruro, Uyuni e os desertos de Potosi (exibição 30 de janeiro)
Paisagens incríveis, novos amigos e muita diversão. Estes são alguns dos momentos marcantes do segundo programa da série Caminhos Andinos. A expedição pelo salar de Uyuni( salar de Uyuni) e pelos desertos de Potosi é um instante em que o tempo parece contemplar a si mesmo. É parar e contemplar.

Potosi e La Paz (exibição13 de fevereiro)
Todos os contrastes de La Paz, seu trânsito caótico na perspectiva de uma brasileira, histórias, pontos turísticos, como o Mercado das Bruxas e a Igreja de São Francisco, além de um passeio por Tiahuanaco, são as atrações do programa número 3.

Copacabana e Ilha do Sol (dia 27 de fevereiro)
Na última parada na Bolívia, o programa 4 da série Caminhos Andinos chega até Copacabana. Luciana Katahira entra no clima da religiosidade e das tradições de Copacabana cercadas pelo “olhar azulado” e vigilante da Ilha do Sol.

Etapa Peru

Puno e Ilhas Flutuantes (dia 13 de março)
Agora é a vez da passear pelo Peru. A cidade de Puno, próxima a fronteira com a Bolívia, é a anfitriã. De imediato, percebe-se as diferenças culturais entre os dois países. No programa 5, um passeio pela cidade e pela história de Puno, além de dias inesquecíveis nas Ilhas Flutuantes.

Arequipa (dia 27 de março)
A segunda maior cidade do país encanta todos os turistas.Situada junto a um fértil vale e cercada por diversas montanhas, a cidade parece um oásis. No programa número 6 da série Caminhos Andinos, você entre outras atrações, faz um passeio com Luciana pelo Cañón Del Colca.

Nazca e Lima (dia 10 de abril)
Ao sabor do vento, Luciana Katahira, no programa 7 da série Caminhos Andinos, faz um voo panorâmico pelas famosas linhas de Nazca e um passeio pela encantadora cidade de Lima.

Cusco e Machu Picchu (dia 24 de abril)
Último programa da série Caminhos Andinos. E nada mais especial do que ir até Cuzco e Machu Picchu. Conhecida por ser a “capital arqueológica da América”, Cusco atrai turistas do mundo todo. Em Machu Picchu., por entre as montanhas e as ruínas , em silêncio, Luciana Katahira ouve as histórias dos povos incas. E a aventura de Katahira faz uma pausa. Um instante para recompor as energias e abrir outra porta do mundo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DE VOLTA AO MUNDO


Ano Novo, vida...Bem, a vida seguindo. Aquela sensação de barco navegando na incerteza. No filme “Sunshine” , de István Szabó, há uma frase que diz , mais ou menos, que não gostamos de ver tudo claramente e nem de nos mostrarmos claramente. Somos seres opacos num mundo que é e só é o que é – sem maiores subterfúgios ou explicações acadêmicas , mas onde cada um inventa sua própria realidade.

Assim, é a realidade que construímos para nossa vida a bússola que faz com que ela singre os mares do incerto. Estes mares do incerto são as realidades dos outros. Contudo, há momentos nessa navegação em que a nossa realidade depara com um vazio, com um desânimo, com uma falta de perspectiva, um desassossego, uma solidão, uma auto-condenação pelas nossas próprias deficiências, prepotências, leviandades.

Desculpas, várias. Basta recuperar a letra de Roda Viva, de Chico Buarque de Hollanda:

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo (etc.)

A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo (etc.)

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo (etc.)

É, a vida navega, o mundo gira e a gente vai alimentando os furacões, os tornados ou as brisas, as ondas suaves. Tem críticos que dizem que, agora, todo mundo tem um blog e todo mundo quer falar. Não vejo nada de mal nisso, desde que não seja covarde o uso dessa forma de comunicação. Cada dia mais pessoas tem um computador e a tela do monitor se torna a janela de suas realidades. Uma espécie de parede da nova caverna para onde mais seres humanos estão transferindo suas emoções, suas verdades. A nossa vida está comprimida em 10,12,14 e tantas polegadas. Quando cansamos, a gente desliga a tela.

Cada vez mais fragmentados, somos capazes de construir e desconstruir a nós mesmos muitas vezes todos os dias. Vivemos em Control S ou Del .

Para o último suspiro, de novo Drummond e o seu “Consolo na praia” :

Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

ESCURECEU, VIROU MANCHETE!

Pois é, de repente, assim como que um mistério, apaga-se a luz no estúdio da Rede Tv durante a edição do telejornal RedeTV News de hoje, 01.01.2010, às 21:28h. Para dar o clima, um ooooooooooohhhhh em off de toda a redação, equipe técnica e por aí vai.

ATÉ TU, BORIS!

Depois do vexame, da vergonha, o jornalista Boris Casoy tem certeza absoluta de que vaidade e felicidade não combinam!

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