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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

MINHAS RAZÕES DE VIVER

Meus dois netos são as grandes razões da minha vida, agora, depois dos cinquenta anos. Evidente que existem outras grandes razões. Algumas guardadas em absoluto sigilo, quase segredo de morte, outras que eu mesmo me encarrego de divulgar, de reforçar. Quase como se estivesse dizendo para mim mesmo que se as pessoas não se interessam pelas minhas razões de viver, eu me interesso. Assim repito todos os dias a minha lista.

Os netos, contudo, trazem algo de especial, de instigante. São como laboratórios por onde entram as minhas certezas e saem apenas emoção e amor. Não é possível amar os netos com certezas e regras. Sempre que a gente faz isso, dói no peito aquela dúvida se fizemos o certo com nossos filhos.Netos, penso eu, são nossos filhos reeditados e disponibilizados para que possamos rever uma enormidade de conceitos e preconceitos e descobrirmos que devíamos ter filhos depois dos cinquenta anos. Me parece o tempo ideal para tê-los só para amá-los, de maneira simples, de mão estendida, com olhar protetor e contemplativo. Creio que isso se deve ao fato de que, depois que a gente vira avô é que a gente vê a vida. Ingênua, ainda, ela então se apresenta como tudo aquilo que é bom. Aquilo que para nós, os avós, já se foi.

Então, me lembrei de Gonzaguinha e sua linda “De volta ao começo”.

E o menino com o brilho do sol
Na menina dos olhos
Sorri e estende a mão
Entregando o seu coração
E eu entrego o meu coração

E eu entro na roda
E canto as antigas cantigas
De amigo irmão
As canções de amanhecer
Lumiar a escuridão

E é como se eu despertasse de um sonho
Que não me deixou viver
E a vida explodisse em meu peito
Com as cores que eu não sonhei
E é como se eu descobrisse que a força
Esteve o tempo todo em mim
E é como se então de repente eu chegasse

Ao fundo do fim
De volta ao começo
Ao fundo do fim
De volta ao começo

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