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sábado, 23 de abril de 2011

ESTAS CRIANÇAS DE HOJE


Vou para casa do meu neto. Lá também moram meu filho caçula e sua mãe. Casas distintas num território comum. Minha filha precisa sair e eu vou “dar uma força” , cuidar do filho enquanto ela está fora.

Na escada , o menino vem me receber alegre, falante. Me dá um abraço. Sai falando sobre presentes que ganhou pelo seu aniversário. Ele agora tem 4 anos. Caminha puxando a calça pela cintura para não pisar na bainha. O menino cresce numa velocidade. E fala como gente grande! Lembra daquela frase: “ as crianças de hoje”…
De repente a criança estanca e dá meia volta em minha direção. Olha para mim, com os bracinhos abertos e diz que vai me dar outro abraço. Me aperta o pescoço e fala: “Estou muito feliz por você estar aqui”. É , assim mesmo: “estou”, “estar”…Me beija o rosto e, puxando a minha mão, chama para brincarmos.

O meu filho caçula tem 18 anos. Tem lá suas crises naturais das transições da vida. Tem sonhos, talentos, fé, dificuldades, possíveis ansiedades, trabalha, ganha o seu dinheiro, atrita continuamente com a mãe. Mas se amam. Muito, eu sei.

O jovem também me abraça. Trocamos beijos, algumas brincadeiras. Conversamos, ele me faz ouvir trechos de algumas músicas. Eclético: Maria Gadu,Charlie Brown Jr. Rosa de Saron, André Valadão…
Dividido entre a juventude e a infância do meu filho e do meu neto, vou conduzindo a viagem para a velhice experimentando sensações deliciosas. O neto quer que eu brinque de massinha, o filho que eu veja um trecho de filme.

À mesa do almoço, eu, o neto, o filho e a mãe/avó. Ela também no mesmo caminho que eu. Claro que pensando no seu namorado, nas suas responsabilidades de educadora infantil e naquela trouxa de roupa que tem de por para lavar.

Filho e neto se dão repletos de carinhos e, claro, rusgas. Nada que precise uma reunião extraordinária da ONU.

A minha filha chega. Jovem mãe. Entrego-lhe o filho são e salvo. Volto para casa. Vou assistindo, na memória, trechos  das vidas dos meus filhos Vladimir, Daniela,Ludmila, Helena,Vitor.A vida dos meus netos Samuel e Gabriel. A minha vida no meio. Essas crianças de hoje…

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