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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

"NA PAZ DO SEU SORRISO"

“Na paz do seu sorriso…”

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“NA PAZ DO SEU SORRISO”

Lá vou eu, manhã de sol, perdido em pensamentos rua a fora. Não montado num cavalo. De “a pé” mesmo, como diz o povo da roça. Aguardo respostas, priorizo perguntas, administro saudades antecipadas, conto notas e moedas, risco  itens da lista de compras, suspiro diante das decisões prementes, procuro um ombro, olho o céu azul de mais um dia ensolarado. Na precisão de navegar, aqui vai eu, nau com rumo por mares outra vez navegados.

No meio do quarteirão encontro o Francisco varrendo a  calçada, jardinando suas flores. Vê-lo significa ganhar um sorriso, ser chamado de “campeão”, reformular certas intenções, admitir o que precisa ser compreendido. Não temos uma intimidade que nos permita sentar no meio-fio e confabular destinos. Mas as idades são próximas e isto funciona como o nosso Itamaraty de subúrbio. Sem protocolos, salamaleques e fricotes, nossas agendas são rápidas. E simples. Muito simples. Agenda de homens amadurecendo, de pais, de avós.

Meu vizinho para o que está fazendo e diz que segue fazendo aquilo que pode. O que não pode, não faz. O que não pode hoje, poderá amanhã. Se aqui ele estiver. Ou depois de amanhã. Se ele continuar aqui. Importa que o de hoje seja feito com cuidado e responsabilidade. Da maneira mais simplificada possível. Honesta. Proveitosa. Feliz. Em paz. Para completar, um riso gostoso que anima o bairro inteiro.
Em paz.

É preciso estar em paz para enfrentar saudades e ausências. É preciso estar em paz para solucionar conflitos. É preciso estar em paz para evitá-los. É preciso estar em paz para dizer eu te amo. É preciso estar em paz para ouvir adeus. É preciso estar em paz para afortunar-se. É preciso estar em paz para repartir a escassez. É preciso estar em paz para usar a palavra. É preciso estar em paz para ser usado por ela. É preciso estar em paz para ambicionar. É preciso estar em paz para partilhar. É preciso estar em paz para nos vermos pacíficos. É preciso estar em paz para perceber a paz ao nosso redor. É preciso estar em paz para que o outro nos ofereça a dele.

É preciso estar em paz para trilhar um caminho ou mudar de estrada. É preciso estar em paz para interromper a caminhada e prestar atenção nos tantos risos e tantos Franciscos que não nos abandonam.

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