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terça-feira, 23 de agosto de 2011

GASTAR O LATIM




Ao anotar algumas reflexões sobre minhas amizades, meus amigos e a importância de vocês na minha vida me deparei com uma frase em latim “Amicus Plato, sed magis amica veritas” . Dizem que está frase, atribuída a Aristóteles em uma biografia apócrifa, não é verdadeira. Então, nada a ver com o filósofo. “Sou amigo de Platão, mas minha maior amiga é a verdade”, diz a sentença.

Frases e expresssões em latim, quando menos se espera – ou mais se espera – aparecem no nosso cotidiano. Angina, que se traduz em aperto, opressão, obstrução. Apesar do vocábulo ser um termo latino da medicina podia ser também da economia, da minha, por exemplo: tô numa angina danada!

Nietzsche em seu livro Ecce Homo afirma que amor fati é a fórmula para o crescimento do homem. Amor do destino…Amor lembra outra citação, de Caius Sollius Sidonius Apollinaris:  Animae duae,animus unus”. Claro, como podem duas almas não convergirem para um único espírito, um só pensamento? Será?
Vai que se estabelece a discórdia, cada cabeça uma sentença, uma delas opta por um porre espetacular.

Depois de “chapado”, o bardo resolve declamar:“Meum est propositum in taberna mori”, verso  do poema Vagantenbeichte, de autoria de um “arquipoeta” – nome não identificado – e que teria sido escrito em Pavia lá pelo ano 1163. Quantos não têm o propósito, o destino de morrer numa taberna, principalmente por um amor não correspondido, por um relacionamento desfeito? Hein?

Porém, se passamos do amor à morte, uma frase contida no poema Regimen sanitatis Salernitanum confirma que “contra vim mortis non est medicamen in hortis” . E não há o que contestar: contra o poder da morte, não há remédio na horta. Mesmo!

Este bom e delicioso latim…

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