A vitrolinha
A VITROLINHA
A coisinha é resultado dessa relação gostosa – mas nem sempre incentivada – entre a tecnologia, a modernidade e a nostalgia de lembrar de “um tempo que não volta mais”(que Friedrich Nietzsche me perdoe o escorregão).
Para os ‘antigos’ , a maquininha é um toca-discos parecido com aquelas vitrolas portáteis nas quais as tampas tinham, também, a função de alto-falante. No caso da minha, o mesmo vem embutido ao lado do potenciômetro de volume. Grosso modo, fechada, é uma espécie de maleta de transportar um flautim. Claro que acompanha um software que permite copiar os discos para dentro do computador e por aí vai.
A entrega do regalo foi rápida, ao ar livre. Não demorou mais que trinta minutos entre cumprimentos, abertura de embalagens e customização da tampa com adesivos de jazz, blues e despedidas na portaria.
Desde então, ela tomou posse da minha vida. Assumiu sua posição sobre a mesa de trabalho. Incentivou uma limpeza e novas audições dos vinis. E seu sonzinho sóbrio, ‘vitrolímpido’, misturado com o chiado saudosista trazem sonoridades que estavam guardadas na minha caixa de música da vida.
E em cada música, em cada chiadinho, em cada olhar meu para o aparelho eu ouço amor, eu vejo amor.
Assim, começo 2016. Eu, minha vitrolinha, e o amor. Uma melodia sem fim, vinil a vinil.
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