Powered By Blogger

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

"AKI,KBÔ,TÁ?! BJUS"

Na sua coluna de quinta-feira(11 de novembro), no jornal Folha de São Paulo, Contardo Calligaris, com o título “ Despedidas virtuais” escreveu sobre términos de relacionamentos através da internet ou de torpedos via celular. Em forma de pergunta, esta questão fez parte de uma pesquisa realizada pela Nokia “sobre a relação dos brasileiros com as ferramentas sociais da era digital”. 15% dos entrevistados responderam sim.
Ao final de seu texto, escreve Calligaris: “ É bom tentar tudo o que der para que uma relação vingue. Quando ela não vinga(mais), é bom ousar se separar. E deveríamos agradecer os parceiros que nos mandam um SMS lacônico e brutal, “Valeu,beijão e sorte”. Pois, desprendendo-se, eles nos libertam e encurtam um processo no qual poderíamos perder anos da vida”.

Hoje, domingo, 14 de novembro, no jornal Hoje em Dia, Martha Medeiros trata do fim das relações amorosas, em “Contigo e sentigo”. Com a pergunta “ que tipo de final desejamos”?, ela afirma que “a maneira como se coloca o ponto final nas relações deixa evidente o verdadeiro espírito que norteou o que foi vivido”.

Começamos relações de afeto, de amor, de casal apaixonado com a perspectiva de que seja duradoura até que um parta desse para o além, desde que não seja o além-mar. Salvo aqueles encontros casuais que se alimentam mais pela voraz vontade de consumir-se a si e ao outro em tresloucada aventura de amor servida com sexo, droga e o ritmo musical que cada um prefira, relações de duas pessoas que se gostam devem durar para sempre. É?

O amor, como diz Vinicius, “que não seja imortal, posto que é chama/mas que seja infinito enquanto dure”, é um concerto de regência dupla com partituras ora límpidas e legíveis, ora riscadas e de sonoridade inaudível. Mas concerto.

Como concerto, sua escrita é cercada de ansiedades, palpitações, timidez, uns bons goles de bebida forte, páginas e páginas de poesia, lágrimas, flores, confissões, promessas, uma pitada de medo e, claro, sinais, sinais, sinais. Um sorriso, um carinho, uma brincadeirinha com segundas, terceiras, quartas intenções, uma cabeça aberta que compreende o outro acima de todas as coisas, um presentinho, uma companhia. Tudo tão lindo, tão romântico e civilizado. O melhor dos lugares-comuns. Vai que um dia a chama puft!

O concerto não tem mais conserto. Se a regência foi em dupla, a chance dos dois, depois do aplauso da platéia, se curvarem um para o outro em agradecimento é grande. Um final feliz, também apaixonante, onde cada um percebe que ofertou e recebeu do outro tudo o que de melhor tinha e queria. Mas esgotaram-se as fontes. Como o tempo não para, segundo Cazuza, cada um vai em busca de um novo abastecer. Costuma até se reencontrarem, mas não é o fio dessa conversa.

O normal é que as separações sejam previamente anunciadas pelo que há de pior: indiferença, crítica, egoísmo, tutela, desconfiança, ciúme doentio, traição. E a parte interessada em que tudo acabe, faz o jogo de gato e rato, forçando a barra. Na maioria das vezes, esperando que a parte que não quer acabe dizendo que quer. Aí, o covarde vira vítima e diz “já que você quer assim, tudo bem”. Ou então se deixa convencer de que tudo vai mudar. Segura a onda mais uns meses e, então,…

As relações afetivas quase sempre terminam com atitudes de covardia, ao contrário da valentia desenfreada no instante da corte e da conquista. Usar a internet ou o SMS é o modo mais prático de fugir ao olhar do outro que, também, ao invés de dar por encerrado o assunto, se predispõem a discutir a situação como uma tese de doutorado.

Separações lacônicas acontecem porque as relações para as partes – ou ambas as partes – chega ao limite da tolerância e, com certeza costumam ser melhores do que aquelas discussões improdutivas e, inevitavelmente agressivas ou dolorosas, que só servem para que sejam despejados os lixos acumulados.
Mas, ainda assim, se foi olhando nos olhos do outro e segurando-lhe as mãos que confessamos o amor, melhor seria se o mesmo acontecesse se esse amor deixou de durar.

Quem ama deve saber que o outro é um outro.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

ERRARE HUMANUM EST ?

Quantas vezes a gente não sente um frio na barriga por causa de uma atitude, uma indiferença, uma agressão verbal ou física – ou as duas . Enfim, quantas vezes aquele frio do arrependimento não faz doer as nossas entranhas. Não minta! Muitas, muitas vezes.

Até aqui, tudo bem. E dessas tantas friagens quantas você conseguiu “aquecer” com um pedido de desculpas, uma reconsideração, uma expiação? E, importante, com uma profunda revisão sobre os seus sentimentos e seus modos de se relacionar consigo e comigo, por exemplo? Não minta de novo! Poucas. Dar o braço a torcer causa luxação no orgulho.

Existem certos erros que cometemos que escapam à máxima de Sphronius Eusebius Hieronymus , São Jerônimo para os mais íntimos, de que errare humanum est. Tem coisas que a gente faz que dá uma vergonha tão grande, depois, capaz de remoer dentro do nosso juízo até o final dos tempos.
A dureza está em reconhecer esse erro e dar um jeito de se redimir dele. E não comete-lo mais. Nem outros, se possível. São Jerônimo também experimentou essa dificuldade. Como um dos “padres da Igreja” , como são conhecidos os teólogos nos primórdios do Cristianismo, Jerônimo era meio renitente. Reclama com Pammachius daqueles que fizeram críticas contundentes à sua tradução da Bíblia para o latim, a vulgata.
O tempo passa e pensamos que os erros e as suas consequências vão juntos. Não é uma questão de cronologia, é uma questão de carinho, amor, respeito e humildade. Bater à porta, ao coração, ao olhar, ao peito do outro e reconhecer que erramos vai doer mais que injeção contra tétano. Mas vai nos imunizar contra novas infecções e recuperar a saúde de relações estremecidas – até rompidas , em virtude de um estupidez, de uma incompreensão nossa.
Considerar o outro como parceiro e cúmplice nessa nossa misteriosa caminhada por este planeta-prisão ( a gente não pode voar, nem ir às profundezas abissais; se andarmos, em qualquer direção, vamos chegar aos ponto de onde partimos) é lembrar que nada sabemos. E jamais saberemos. Somos ignorantes e frágeis demais para magoar o outro. Em qualquer sentido.

Rachel de Queiroz- seu centenário de nascimento é amanhã, 17/11- em “Sempre o regresso” , crônica publicada no jornal Estado de Minas de 18 de junho de 1999, diz: “ A vida é mesmo difícil em toda parte do mundo, não é? Tem hora em que você se sente estrangeiro em casa, e em contrapartida se sente muito bem num canto onde nunca antes andou! Ah, os mistérios começam cedo. Quando eu tinha seis anos e meu pai me ensinou que a Terra era redonda, custava a dormir, impressionada com o perigo de despencar para fora – e aí? A gente sofre por saber e sofre por não saber, mas tem medo mesmo é da morte”.

Eu sofro por saber que cometi tantos erros e de poucos me desculpei. Quantas pessoas eu precisaria abraçar, ajoelhar aos pés e pedir perdão pelo que fiz ou falei. Tanta prepotência e tanta auto-suficiência.
Eu sofro por não saber se conseguirei me livrar desses constantes frios na barriga.

Dizem que o homem nasce,vive e morre com um vazio. Não tenho medo de morrer de morte. Tenho medo é de morrer por causa desses constantes esfriamentos.

Perdão!

A ILUSÃO DE VIVER

A leitura é um dos meus maiores prazeres. Agora dividida com a paixão pelos dois netos, Samuel e Gabriel. Tantas histórias li e  reli. Nos livros das inúmeras bibliotecas as quais tive e tenho acesso. Nos livros presenteados por meus pais, Seu Wantuil e Dona Filinha, pela minha avó, Dona Lica, pela Tia Lourdinha. E por amigos, por amores, pela amada. Nos livros que estão por todos os cantos da casa onde moro com minha  Lady, uma cadela da raça Labrador.

Reinações de Narizinho, Três escoteiros no rio Paraguai, As Brumas de Avalon, coisas sobre Woody Allen, escritos de Lya Luft, José Saramago, os clássicos, Vila dos Confins, Chapadão do Bugre, Cem anos de solidão, Pantaleão e as visitadoras, A menina morta, …Tantos, todos os dias e por todos os dias que espero sejam autorizados a vir.

Esses possíveis dias que  virão me remetem para a ilusão do viver. Vamos morrendo todos os dias. Cada minuto vivido corresponde a um minuto mais perto do fim. Portanto, sem pessimismo, nada melhor do que iludir-se e…viver.

Assim me parece ter sido o sentimento de uma menina, personagem de uma das tantas histórias que li. Neste caso, uma história de um livro que minha mãe comprou, creio, nas Lojas Americanas, lá se vão alguns muitos anos. Daí, a justificativa por não lembrar o título.

Pobre, a protagonista – e primogênita – na véspera de Natal sai pelas ruas geladas de sua cidade para vender caixas de fósforos coloridos. Esses fósforos que costumamos usar nas festas juninas. Vender essas caixas e levar algum dinheiro para amenizar, pelo menos por uma noite, a fome de sua mãe, viúva , e seus irmãos, é a grande tarefa da menina.

Contudo, ninguém se interessa pelos fósforos e muito menos pela criança. O frio aperta, volta a nevar. Por mais paradoxal que seja,  a personagem descobre que vai morrer congelada se não tomar uma providência. E toma. Não vai embora para casa. Acredita que venderá algumas caixas. Ao mesmo tempo, começa a riscar um fósforo de cada vez na expectativa de aquecer o corpinho frágil.

A cada fósforo riscado, a noite gelada recolhe-se momentaneamente no abraço de luz ora verde, ora vermelha, ora azul. que  tenta aquecer a menina. Mas, no instante seguinte, o frio escuro retorna, implacável. O rostinho da pobre criaturinha, a cada brilho, é um flash de esperança que, com a volta da noite, nubla-se de angústia.

Ela queima fósforo após fósforo e as respectivas caixas vazias. Por fim, o último fósforo, a última caixa e o frio sacando-lhe a vida.

Vivemos a ilusão da vida com as caixas de fósforo que recebemos. Primeiro, deixamos que sejam queimados por terceiros. Depois acreditamos que podemos queimá-los sozinhos. A seguir, os queimamos apenas para nós. Quando descobrimos que poderíamos fazê-los coletivamente, dividir com alguém, costuma ser tarde.

Na noite do egoísmo, do consumismo exacerbado, na falta de comunicação, no desamor, na usura e na ganância, no cerceamento da liberdade, na eliminação da palavra nossos fósforos se vão. E não é possível guardá-los pois  a ilusão de viver não pode ser para amanhã. A vida não pode ser guardada para uso posterior.

A vida é a chama colorida de cada fósforo de cada caixa.Não temos a menor ideia das quantidades. O máximo que podemos fazer é direcionar a sua luz ou aceitar a escuridão que faz a intermediação com próximo acender. Se esse houver.

domingo, 26 de dezembro de 2010

TOSTÃO 2

"Não dá para ser otimista quando vejo que, no bairro onde moro, há dezenas de restaurantes,bares,butiques e salões de beleza, mas não tem uma única livraria". TOSTÃO, em 'Não dá pra ser otimista" - Caderno de Esporte - Folha S.Paulo -26/12/2010

TOSTÃO 1

"Não dá para ser otimista quando vejo tantos maus cidadãos, travestidos de benfeitores da humanidade, principalmente na época de Natal. A filantropia é bem-vinda, mesmo se for para apagar a culpa, porém o Brasil precisa muito mais de bons cidadãos do que de caridade". TOSTÃO, em "Não dá para ser otimista" - Caderno Esporte - Folha de S.Paulo - 26/12/2010

sábado, 25 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL!

É Natal. Mesmo que a gente possa criticar a data, dizendo que é puro apelo comercial, jogada mercadológica para vender presentes - utéis ou não - no instante em que nos encontramos com um ente querido - e até mesmo com um quase desconhecido como o motorista e o trocador do ônibus, o policial, o dono da mercearia, o caixa do supermercado, o vizinho de apartamento - e lhe desejamos um "feliz natal", duvido que dentro dos nossos corações não acenda uma chama 'inexplicável'. Uma certeza de que se nossa alma não é pequena, o desejo de felicidade ao próximo não é mera quinquilharia. É a nossa maior riqueza que compartilhamos com ele.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

DEPOIS DA FESTA


Apesar de não ser a Gata Borralheira, saí da festa correndo, antes das onze da noite. Ficar no ponto de ônibus depois de certa hora, nem pensar. É pior do que beijo de bruxa. Para trás, lá no salão, ficaram pessoas queridas e amadas. Uma, 100% ciente desse amor e desse querer. As outras? Bem, às outras não foi possível dizer-lhes isso. E olha que venho tentando faz tempo. Mas , agora, na frente do teclado, lembro da fisionomia de cada um. E a vontade renasce explosiva. Como seria bom dizer isso pra eles: adoro vocês!

Acontece que tem aquelas badaladas, aquela noite madrasta...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

GRANDES CAMINHADAS

Ô, sô, esse trem de andar é o que há de melhor. A gente anda pra sonhar, a gente anda pra realizar, a gente anda pra amar, a gente anda pra viver. Enquanto a gente anda, a gente é. Junto aos amigos, junto ao amado, a amada, então, ih, é um colosso!

domingo, 19 de dezembro de 2010

DOMINGO

O domingo segue em frente, querendo ou não a nossa predisposição seja para a preguiça, seja para o algo a fazer. Domingo à tarde costuma ser engordurado, resto do frango do almoço. Costuma guardar aquela acidez do molho de tomate que coloriu a palidez da massa servida no banquete familiar.Com molho ou sem, vai-se o domingo.

O domingo no qual estou inserido, vai com aquela expectativa de que a ligação que eu espero não se concretizará. Ou talvez aconteça, mas num momento em que só nos restará dizer boa noite ao outro.

O domingo costuma ser a página  de  um álbum de retratos que, para não deixá-la vazia, preenchemos até com um vazio.Desde que bem fotografado.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

SILÊNCIO E CONTEMPLAÇÃO

Tem momentos - e atualmente são muitos - em que apenas queremos o som do silêncio ou das conversas da Natureza com a gente e com os outros seres vivos. A gente vira mato, vira água, vira vento. O silêncio se faz sustento daquilo de que minha alma tem fome: a paz entre todos, o carinho do amor, a humildade dos homens. Contemplar é um exercício díficil quando a gente descobre o significado da insignificância.

domingo, 12 de dezembro de 2010

PENSAMENTO DO DIA

Em casa de ferreiro todos são vacinados contra tétano.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Poesia me encanta. São como um remédio, antídoto contra o tédio que costuma rondar por aqui. Poesia é um atrevimento, um reclame das novidades velhas da vida. A poesia de Guido Heleno, que está na antologia OFÍCIO DO AGORA - com a seguinte dedicatória do poeta: " ...estes são poemas de um ofício de viver agora " . Março de 1988. Então que vivamos este nosso "ofício de viver".

ÚLTIMO ROTEIRO

Se eu morrer de enfarte
que seja noite, bem tarde
e tenha estrelas no céu
embora não possa vê-las.

Uma coruja romântica
piando um cântico antigo
para que eu leve comigo
lembranças de meus amores.

Quero flores bem diversas
em volta, muita conversa
e uma bandeira do time
que nunca foi campeão.

Quero milagres de peixes
tristes migalhas de pão
lágrimas coloridas
um arco-íris noturno
que só os pobres de espírito
possam vê-lo jorrando.

Mas se não morrer de repente
e de repente for ficando
quero estar vivo e vivendo
nunca,nunca vegetando
poder ler e escrever
andar em todo lugar
comer o que quiser
qualquer mulher, amar.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MINHA ADÉLIA,POETA

Dia com poesia não tem preço. Com poesia de Adélia Prado, a minha poeta, então...


GÊNERO

Desde um tempo antigo até hoje,
quando um homem segura minha mão,
saltam duas lembranças guarnecendo
a secreta alegria do meu sangue:
a bacia da mulher é mais larga que a do homem,
em função da maternidade.
O Osvaldo Bonitão está pulando o muro da dona Gleides.
A primeira, eu tirei de um livro de anatomia,
a segunda, de um cochicho de Maria Vilma.
Oh! por tão pouco incendiava-me?
Eu sou feita de palha,
mulher que os gregos desprezariam?
Eu sou de barro e oca.
Eu sou barroca.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

COISAS DO TEMPO

A eternidade só nos atrai enquanto consumimos. No momento em que percebemos que o tempo nos consome, é a eternidade o que primeiro esquecemos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

GRANDES LETRAS, GRANDES CANÇÕES

Comigo tudo bem. Mas não dá pra ficar indiferente quando se ouve Nora Ney cantando NINGUÉM ME AMA, de autoria de Antônio Maria e Fernando Lobo:

Ninguém me ama
Ninguém me quer
Ninguém me chama de meu amor
A vida passa....
E eu sem ninguém.
E quem me abraça
Não me quer bem
 
Vim pela noite tão longa
de fracasso em fracasso
E hoje descrente  de tudo
Me resta o cansaço
Cansaço da vida
Cansaço de mim
Velhice chegando e
Eu chegando ao fim
(Bis)

AUSÊNCIA E POESIA

Da série poesias e poetas, esta de Bernardo Santanna. Linda.


Trem estrada ausente.
Trem estrada aos entes.
Tenho estrada ausente.
Tenho estado ausente.

sábado, 4 de dezembro de 2010

PRIMEIRO SÁBADO DE DEZEMBRO

Madrugada quente de sábado. Talvez chova. Se chover, vou dormir no ritmo das águas. Se não, continuo acordado no ensaio das lágrimas. É tempo de notícias duras. É tempo de revisões e mudanças.É tempo de
silenciamentos e mensagens sem resposta. É tempo...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

POESIA DA GENTE


Sozinho


A tarde é lápide de azul
numa distante eternidade
que minha letra não alcança.

Um gato transita pelo muro
tocaiando infinitos.

Espreguiço minhas escamas
para apagar a luz do aquário.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

NA FALTA DO QUE FAZER

Bom, costuma a gente não ter muito o que fazer. Aí,faz lista disso e daquilo. Para não fugir ao costume, depois da relação do que li e assisti de janeiro até 22 de novembro deste ano, segue a lista dos anos de 2008 e 2009.

EM 2008

Filmes

...que a ficção
O amor não tira férias
Rain man
O grito 2
Cartas de Iwojima
Mr.Bean
Meu nome é ninguém
P.S eu te amo
Apocapypto
Era uma vez o oeste
A ponte de San Luis Rey
A conquista da honra
As férias de Mr Bean
Por uns dólares a mais
Como água para chocolate
O bom, o ruim e o feio
Vive-se uma só vez
Pelo resto de nossas vidas
O grande truque
O ilusionista
Moscou contra 007
Operação França
Onde os fracos não tem vez
Esposamante
Ponte para Terabita
Filme de amor
Horton e o mundo dos quem
Alphadog
A loja de brinquedos
Alta fidelidade
Quase deuses
Uma homem,uma mulher
Ratatouille
A vida de Brian
Matar ou correr
A natureza selvagem
Coisas que perdemos no caminho
A chave do Universo
O caçador de pipa
Sem lei, sem alma
Encantada
As pontes de Madison
A bússola de ouro
Nasce uma estrela
Conduta de risco
Vicky Cristina Barcelona
Loucas de amor,viciadas em dinheiro
Queime depois de ler
Os invasores
Como roubar 1 milhão de dólares
Como era verde o meu vale
Flores partidas
É de chuá
Valente
O homem que desafiou o diabo

Livros

Peça e será atendido(Esther&Jerry Hicks)
O vermelho e o negro(Stendhal)
A cartuxa de Parma(Stendhal)
As três irmãs(Tchecov)
Narrativas do envelhecer
Filosofia da Caixa Preta(Vilén Flusser)
Grande sertão:veredas(Guimarães Rosa)
Por que estudar a mídia?(Silverstone)
Alta fidelidade (Nick Hornby)
Máquina de pinball(Clarah Averbuck)
Era uma vez o amor mas tive que matá-lo(Efraim Medina Reyes)
Do riso ao siso(Flávio Marinho)


EM 2009

Filmes

Nós que aqui estamos por vós esperamos
Se eu fosse você 2
A grande família
O dorminhoco
Zelig
Roy Bean
Ralé
Noivo neurótico,noiva nervosa
Manhattan
Tudo o que você queria saber sobre sexo
Duplex
Inimigo de Estado
Agente 86 – Série TV
Um monge a prova de balas
A princesa do Eldorado
A última noite de Boris Grushenko
Mad Max
O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford
Harry&Sally –Feitos um para o outro
Três dias do condor
A guerra dos Roses
Marcado pela sarjeta
O gangster
Duna
O pirata dos 7 mares
Sweeny Todd
Saneamento básico
O estranho sem nome
Los Angeles cidade proibida
11 homens e 1 segredo
Kagemusha
O golpe de mestre
Instinto selvagem
Doze é demais
Lado a lado
O iluminado
Papillon
Os infiltrados
Beleza americana
O outro lado da rua
A troca
O visitante
Disque “M” para matar
Ele não está afim de você
Fale com ela
Intriga internacional
A nós, a liberdade
O sentido da vida
1984
A revolução dos bichos
2001 – Uma odisséia no espaço
Metropolis
Dirigindo no escuro
A encantadora de baleias
O reino...
Grande hotel
Fim dos tempos
Uma noite na ópera
7 vidas
Salve o cinema
Era do rádio
Anna Karenina
Ninotchka
Pacto sinistro
Rastro de ódio
Marley e eu
A última loucura de Mel Brroks
Os doze condenados
O ébrio
O assalto
O dia em que a terra parou
A dália negra
A primeira noite de um homem
Quem vai ficar com Mary?
O informante
Onde homens e um segredo(1960)
Onde começa o inferno(Rio bravo)
Uma aventura na Martinica
Alta ansiedade
Volta ao mundo em 80 dias
A costela de Adão
O touro indomável
Frida
Kill Bill 1 e 2
Desejo e reparação
As aventuras de Robin Wood
Rebobine por favor
Gran Torino
Dança comigo?
Zodíaco
Bom ano
O som do coração
Ensaio sobre a cegueira
O mundo de 2020
Encontro com homens notáveis
Ensina-me a viver
Up
Marcelino pão e vinho
A ilha da bagunça
Grande sertão:veredas
Um morto muito louco
Do que as mulheres gostam
BB King anda Joan Baez in Sing Sing
Os dez mandamentos
Janela secreta

Livros

Os bichos(Miguel Torga)
A viagem do elefante(José Saramago)
O silêncio dos amantes(Lya Luft)
Vá de táxi para Viena(Antônio Torres)
A madona de cedro(Antônio Callado)
Discurso das mídias(Patrick Charadeau)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O QUE LI E ASSISTI

Gosto de anotar os livros que li e os filmes que assisti no mês. Eis a relação(64 filmes/14 livros) de janeiro até a data de hoje:


FILMES

Drácula
Merlin
Bonnie and Clyde
Sombras de Goya
O outro lado da nobreza
A grande ilusão
O exterminador do futuro 1
O exterminador do futuro 2
O exterminador do futuro 3
De volta ao futuro 1
De volta ao futuro 2
De volta ao futuro 3
Playtime
Apocalipto
A era do rádio
As aventuras de Pedro Malasartes
Sol Vermelho
3 curtas Jacques Tati
O dia perfeito
O jardineiro fiel
Mulheres perfeitas
Revelações
Quebra de sigilo
Alguém tem que ceder
2012
Antes que o diabo saiba que você está morto
O todo poderoso
O mito
Desaparecidas
O dom da premonição
Guerra S/A
Apaloosa
Sherlock Holmes
Blueberry
O suspeito
Promessas de um cara de pau
Violação de privacidade
Lembranças de um verão
Livrando a cara
Um dia sem mexicanos
Be Cool – o outro lado do jogo
Em boa companhia
Elizabeth – A era de ouro
Onde moram os monstros
Atividade paranormal
Crazy heart
Simplesmente complicado
Espaninglês
Benjamin Button
A casa do lago
O crocodilo
National Kid contra os incas venuzianos
Nanook
Sonhos roubados
Os pescadores de Aran
O segredo de seus olhos
Bajofondo
Os homens que encaravam cabras
Apocalypse Now
Coração das Trevas
Hannah e sua irmãs
Simplesmente Alice
Carros
A incrível fábrica de chocolates(versão Tim Burton)


LIVROS

Clube do filme(David Gilmour)
A menina morta(Cornélio Penna)
O abolicionismo(Joaquim Nabuco)
Caim(José Saramago)
Chapadão do bugre (Mário Palmério)
Alice no país das maravilhas(Lewis Caroll)
Alice no país dos espelhos(Lewis Caroll)
Pantaleón y las visitadoras(Mario Vargas Llosa)
A boa sorte
Cien años de soledad(Gabriel Garcia Márquez)
Juventude(Joseph Conrad)
Coração das Trevas(Joseph Conrad)
Zux
As viagens de Gulliver(Jonathan Swift)



"TRISTE É VIVER NA SOLIDÃO"

Com certeza, nem sempre a solidão é boa companhia. Mas em companhia(boa) de alguém, nenhum sozinho é vazio. Como nesta bela fotografia da jornalista Luciana Katahira durante viagem pela Bolívia e Peru.

sábado, 20 de novembro de 2010

O AMOR EM TRÊS ATOS;OU TRÊS CANÇÕES

Eu Sei Que Vou te Amar

Composição: Tom Jobim / Vinícius de Moraes
 
Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

 

Brigas

Composição: Evaldo Gouveia e Jair Amorim
 
Veja só
Que tolice nós dois
Brigarmos tanto assim
Se depois
Vamos nós a sorrir
Trocar de bem no fim
Para que maltratarmos o amor
O amor não se maltrata não
Para que se essa gente o que quer
É ver nossa separação
Brigo eu
Você briga também
Por coisas tão banais
E o amor
Em momentos assim
Morre um pouquinho mais
E ao morrer então é que se vê
Que quem morreu fui eu e foi você
Pois sem amor
Estamos sós
Morremos nós

 

Chuvas de Verão

Composição: Fernando Lobo
 
Podemos ser amigos simplesmente
Coisas do amor nunca mais
Amores do passado, no presente
Repetem velhos temas tão banais
Ressentimentos passam com o vento
São coisas de momento
São chuvas de verão
Trazer uma aflição dentro do peito
É dar vida a um defeito
Que se extingue com a razão
Estranha no meu peito
Estranha na minha alma
Agora eu tenho calma
Não te desejo mais
Podemos ser
Amigos simplesmente
Amigos, simplesmente
E nada mais
Podemos ser
Amigos simplesmente
Amigos, simplesmente
Nada mais
Trazer uma aflição dentro do peito
É dar vida a um defeito
Que se extingue com a razão
Estranha no meu peito
Estranha na minha alma
Agora eu tenho calma
Não te desejo mais

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

POESIA, SEMPRE (h) A POESIA

Poesia é assim. Só. Como esta do poeta itabirano, bom de lavra e de palavra, Cleber Camargo. Para quem quiser ler mais , visite http://www.defatoonline.com.br/

TEXTURÂNCIAS
 
não há limites definidos para o que é belo
sem pedir licença
sem ausências anunciadas
com tantas cores
com tantas formas
meus olhos são abraçados pela natureza das coisas que cismam de vir a ser e são
simples
necessárias.
 

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A GENTE QUER MAIS

“A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA” *

Outro dia ouvi de um conhecido uma afirmativa fruto de uma mudança de comportamento dele: “o dinheiro é uma maldição, agora estou livre disso”. Mas o brilho nos olhos dele significava outra coisa. Era o brilho do rancor, da decepção, da inveja. Aquele olhar tipo “seca pimenteira” de tanta vontade de vingar, de querer que o outro, enquanto bem sucedido nas suas relações com o dinheiro, se desse muito, muito mal. Em lugar da abundância, a desgraça!

Carregamos uma quantidade de crenças, tabus e medos com relação ao dinheiro, seu uso e o que podemos nos oferecer através desse uso. Acreditamos que só ganha dinheiro quem já o tem; ou que já passou o nosso tempo de lidarmos com isso; que ele não traz felicidade. Tem a história de Jesus vendido por trinta dinheiros, as doenças que o dinheiro pode trazer pelo fato de passar de mão em mão, as pessoas pobres que nos estendem as mãos pedindo esmola...

Quem impede a realização financeira, a prosperidade e a abundância somos nós mesmos. Inclusive com a ideia de que isso só acontece com quem consegue milhões de reais. Olhe além das suas montanhas de senões e verá que tem muitas pessoas realizadas financeiramente, prósperas e cercadas de abundância material e espiritual sem essa concepção ávida.

Barreiras, as financeiras principalmente, foram feitas para serem ultrapassadas, de acordo com a nossa competência, talento e habilidades (ou ferramentas). O que não quer dizer que estou sugerindo que você arrombe um cofre. Por exemplo, quem é assalariado é – e não minta para si mesmo – refém do pagamento todo final de mês. Como ele resulta numa tristeza – é muito pouco - e em uma certeza – vai faltar para pagar as contas , você acaba acreditando que não é capaz de mudar essa realidade. Como diz a Marina Colasanti , em seu texto “Eu sei, mas não devia”, a gente “se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito “.

Assim, mesmo que estejamos cheios de intenções, vontades, expectativas, não  sabemos – ou não nos atrevemos – a vencê-las. A gente se acostuma à resignação e conta suspiros todas as tardes.

Também não basta fazer cursos, ler todos os livros sobre o tema, participar de seminários com os nomes top do mercado. É preciso agir como se não houvesse amanhã, tomando emprestado e brincando com a frase do querido Renato Russo.

Como o meu amigo, muitos estão se resignando com  sua preguiça, falta de perseverança e buscando subterfúgios para a insatisfação. E pior, “secando” o sucesso dos outros, dos que identificam suas barreiras – e as derrubam; que reconhecem suas competências – e as revela; que retoma sua força – e age.

Já que este texto também é de lembrar, que tal encerrá-lo com uma pergunta dos Titãs: Você tem fome de quê ?

* Estrofe de “Comida” – Composição de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito

sábado, 13 de novembro de 2010

POESIA, VASTA POESIA


EU LEVO O SEU CORAÇÃO COMIGO
(e. e. cummings)


eu levo o seu coração comigo (eu o levo no
meu coração) eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar
que eu vá, meu bem, e o que que quer que seja feito
por mim somente é o que você faria, minha querida)

                                    tenho medo

que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura) eu não quero
nenhum mundo (pois bonita você é meu mundo, minha verdade)
e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique
e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar

aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe
(aqui é a raiz da raiz e o botão do botão
e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce
mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)
e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes

eu levo o seu coração ( eu o levo no meu coração)


(Tradução: Regina Werneck)

http://www.releituras.com/eecummings_menu.asp

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

VIVER É VIVER

Costuma que de vez em quando o meu lado de provedor ultrapassa certos limites. Prover deve ser mediado pelo equilíbrio. Se não o é, acaba sobrando para quem abastece o outro. Não importa se com palavras, se com atitudes, se com bens. Daí me lembrei do texto, a seguir, da Marina Colasanti:



EU SEI, MAS NÃO DEVIA
-Marina Colasanti-


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(1972)


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

LEITURAS


Acabo de receber a Coleção Itaú de Livros Infantis. São quatro títulos: Os três porquinhos; Bem-te-vi e outras poesias; Lobisomen; e O jogo da Parlenda. Além dos livros, um adesivo que diz: “Ler para uma criança muda a sua história”. Ler, na verdade, muda a história de todo mundo.

A edição é de um requinte gráfico seja pelas ilustrações, seja pela diagramação, tipologia e, claro, conteúdo. Como a poesia “Mar”:

No mar,
Tem siri e ostra,
Marisco e lagosta,
Bichos bonitos,
Bichos esquisitos.

O mar
É lindo e gozado.
A gente entra doce
E sai salgado.

A coleção, com a chancela Fundação Itaú Social e Companhia das Letrinhas, pode ser obtida, gratuitamente, através do endereço www.itau.com.br/lerfazcrescer

Legal demais!

NESTA TARDE CHUVOSA E SOZINHA

VASIJA DE BARRO
(Luis A.Valencia y Gonzalo Benítez)


“Yo quiero que a mí me entierren
como a mis antepasados.
En el vientre oscuro y fresco
De una vasija de barro.
Arcilla cocida y dura,
alma de verdes collados,
barro y sangre de mil hombres,
Sol de mis antepasados.
Cuando la vida se pierda
tras una cortina de años,
vivirán a flor de tiempo
amores y desengaños.
De ti nací y a ti vuelvo,
arcilla, vaso de barro.
Con mi muerte vuelvo a ti,
a tu polvo enamorado.”



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

QUADRINHOS PARA UMA SEXTA-FEIRA FELIZ

Duas tirinhas excelentes de dois cartunistas dignos da tarefa.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

DINHEIRO É ENERGIA?


DINHEIRO NÃO É ENERGIA!

Na sexta passada, 22 de outubro, dia do aniversário de 18 anos do meu filho caçula, o Vitor,  participei do programa Brasil das Gerais, na Rede Minas de Televisão. Tema do programa: Dinheiro é energia.

Com 5 convidados, mais uma atração especial, mais povo fala, mais relato de experiência, mais conexão com Alemanha, mais intervalos, tenho a impressão de que comentei até “demais” sobre minha experiência com o dinheiro. Creio ter falado, ao todo, uns 5 minutos. Logo eu que não gosto de falar!

Mas, de volta ao frio e à vaca, dinheiro é energia?

Vamos esquecer definições e partamos para as reflexões. Com uma pitada de história para contextualizar. A velha e boa contextualização. Então...

Quem me abriu as portas para aprender a lidar com dinheiro foi o Alessandro Cerri, do Studio Cerri, um dos meus mais importantes clientes. Antes, para não cometer uma injustiça, o meu filho mais velho, o Vladimir, já havia me pedido de presente  o livro “Pai rico, Pai pobre” e, também, comentara comigo sobre a sua leitura do livro “ O segredo”. Sobre os livros, a princípio, demonstrei a minha peculiar rejeição: é auto-ajuda, coisa de Paulo Coelho – sobre quem não tenho nada contra; afinal de contas ele já vendeu mais de 130 milhões de livros em todo o mundo - , foram alguns dos meus preconceituosos comentários. Típico de quem acredita que literatura é de Machado para cima. Depois, mudei de ideia com relação aos livros. Mas é outra história.

Conversa vai, conversa vem, Alessandro comentou a respeito de um tal coaching financeiro. Na perspectiva dele, nós dois – e mais algumas pessoas identificadas por ele – precisávamos aprender a lidar com dinheiro. Em virtude dos argumentos do meu amigo – e das minhas próprias ponderações – conclui que valia a pena tentar. Minha situação era problemática na hora de “fazer um caixa” e profissionalizar as minhas relações de negócio com meus clientes: quer dizer, estabelecer um procedimento seguro de recebimento, uma vez que os prazos eram muito instáveis e as despesas não. Tinha receita para receber mas “não recebia”.

Daí cheguei a Vitadenarium. Uma empresa voltada para esse segmento de negócio: pessoas que querem aprender a lidar com o dinheiro, com a riqueza, com a prosperidade e consigo mesmas. Encontrei pessoas emocionantes: o Rodrigo, a Paula, a Karine  e a Flávia. Em um outro momento escrevo sobre eles.

História contada, programa exibido, como ponderar sobre se dinheiro é ou não energia? Ponderando!

Dinheiro é apenas papel. O modo como o ganhamos, como lidamos com ele  e como o utilizamos é que o energiza.   

Quantas vezes você não disse, repetiu, pensou em dizer, ouviu dizer frases, comentários, críticas e elogios sobre e para o dinheiro. Vamos relembrar juntos? :

Maldita hora em que fui pegar esse dinheiro emprestado!
Maldita hora em que pedi dinheiro ao fulano!
Deus lhe pague esse dinheiro!
Graças à Deus consegui o dinheiro!
Se Deus quiser eu consigo esse dinheiro!
Foi com o meu suor que eu ganhei esse dinheiro!
Meu dinheiro não dá para nada!
Fulano ta esbanjando dinheiro!
Vou guardar um dinheiro pois ninguém sabe o dia de amanhã!
Mereço este dinheiro!
Este dinheiro paga o meu trabalho!
Foi um sacrifício guardar esse dinheiro!
Quem não deve não tem!
Dinheiro não traz felicidade!
Fulana é mão de vaca!
Sicrano é pão-duro!
Comi o pão que o diabo amassou pra conseguir esse dinheiro!
Estão me roubando!
Ah, ele errou no troco. Agora vai ficar mais esperto!
Não devolvi porque ela me tratou muito mal !
Nossa, isso não vale a metade do que eu paguei!
Nossa, ele ta cobrando juros de agiota!

Bom, vamos parar por aqui senão eu desisto de continuar “ponderando” sobre a energia do dinheiro.

Se a hora é ou foi maldita, o dinheiro incorporou essa maldição e tudo começou a dar errado. Quem emprestou começou a cobrar antes do combinado. No prazo acertado você não tem ou tinha o dinheiro para pagar. Você usou o dinheiro diferente do que havia planejado. Quem você pediu a grana também fica amaldiçoado e você quer ver a caveira dele boiando no manguezal! Energia ruim, ruim demais essa que você tem ou teve e a “imprimiu” nas indefesas cédulas. Trate de se benzer e planejar melhor as suas necessidades financeiras. Ah, peça a quem lhe arrumou “la plata” para benzer-se também. Pois do contrário, ele pode até “morrer”!

Se é para Deus pagar, não é melhor perguntar, antes, se ele assume esse compromisso? Deus –  para quem acredita Nele – lhe deu todas as condições para conviver com o dinheiro, com a prosperidade, com a abundância. Lhe deu as ferramentas necessárias para isso:inteligência,família e amigos,portas(umas tão grandes que você nem percebeu que eram portas;outras tão estreitas que a sua falta de iniciativa impediu que as ultrapassasse), oportunidades, livre arbítrio. Aí, você pôs na cabeça – ou puseram na sua cabeça as religiões e religiosos – que ganhar dinheiro é uma coisa permitida pela divindade. Então esse dinheiro chega como caridade, bondade, piedoso, carolissimo! É a moeda das suas necessidades de sobrevivência. Dinheiro com o qual você se acostuma com o jeitinho resignado e songamonga de respirar fundo e completar que “tá bom, assim”!

Deus – de novo, para quem acredita – deve querer mesmo que você consiga o dinheiro. Afinal de contas  Ele , até segunda ordem, emprestou para você a vida e as ferramentas indispensáveis para isso. Então aja! E reconheça seu mérito na obtenção da grana. Outra coisa, Deus não precisa de dinheiro. Portanto, nada de promessa, de doação indiferente como se fosse uma comissão para Ele. Como está escrito no livro A ciência para ficar rico, do Wallace D.Wattles, devemos “fazer coisas de certa maneira” .

Seu dinheiro não dá para nada porque você quer mais do que o seu dinheiro pode dar. Pense e planeje. O valor do dinheiro é o valor de face. Quer dizer, 100 reais valem 100 reais, não valem 1000. Contudo uma “coisa” de 1000 reais vai consumir 10 cédulas de 100. Bobagem? Então, seu dinheiro continuará não “dando” para nada!

Fulano esbanja o dinheiro que é dele. Cuidado se não é inveja de sua parte. Se ele não fou um desequilibrado, inconsequente, ou gastador contumaz, feliz dele. Que tal descobrir como ele consegue fazer isso? Talvez você possa aplicar as práticas dele na sua vida financeira.

Você está absolutamente certo! Ninguém sabe o dia de amanhã. Até amanhã, o amanhã não existe se você não estiver lá. Poupar, sem o peso de ser uma atitude de sacrifício, é muito saudável. Mas não tente pensar muito no amanhã. Agora, se você for bom de futurologia, aí sim, dá para ganhar uma grana legal, sem pensar no dia de amanhã.

Não se sacrifique para guardar dinheiro. Isso pode custar caro. E, sempre, para pagar o caro que isso custa, você vai ter de usar o dinheiro que guardou “com tanto sacrifício” .

E por aí vamos. A cada uma das frases, com certeza, agora, somos capazes de refletir melhor sobre a energia que elas contém e que é transferida ao dinheiro que passa por nossas mãos.

“Fazer coisas de certa maneira” quer dizer planejar, ser equilibrado, conhecer o que você ganha, as suas despesas e o que se origina da subtração de uma da outra. Se o saldo é positivo, ele pode contribuir para que a sua receita cresça e você possa adquirir outros bens que lhe trarão satisfação, conforto. Enfim, prazer por ganhar dinheiro.

Se, ao contrário, o saldo dessa avaliação for negativo, procure identificar, primeiro, se tem alguma despesa que pode ser diminuída ou até mesmo eliminada. Do lado da receita, talvez você possa abrir uma outra frente, uma outra atividade que ofereça uma remuneração complementar, por exemplo. Na dúvida, procure a orientação de profissionais no assunto.

O fundamental é não agir como é de hábito, transferido para outrem a razão de nossos problemas e dificuldades. O dinheiro, tão mal falado e mal visto , é só papel e atua,numa convenção de troca, como coadjuvante. A interpretação bem ou mal sucedida desse espetáculo da vida cabe a nós, os protagonistas.

domingo, 31 de outubro de 2010

AUTENTICIDADES

VOCÊ ESTÁ SEMPRE COMIGO
QUANDO COMIGO NÃO ESTOU.

sábado, 30 de outubro de 2010

A RESPEITO DOS MORTOS

Também no meu desassossego, sem a competência- e pela alma tão pequena - de escrever um livro, como o fez Fernando Pessoa, sobre o tema, agora experimento uma sensação de morto. Ainda que vivo, não tenho certeza se vivo. De uma parte da vida, que acreditava maravilhosa e tão especial de se tornar concreta, mais uma vez me confirmaram a impossibilidade. Assim, experimento metades. Ora apareço, ora me esquecem.

PARA UMA TARDE DE SÁBADO ANTECIPANDO O DIA DOS MORTOS

CADA UM

Fernando Pessoa


Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,
E deseja o destino que deseja;
Nem cumpre o que deseja,
Nem deseja o que cumpre.

Como as pedras na orla dos canteiros
O Fado nos dispõe, e ali ficamos;
Que a Sorte nos fez postos
Onde houvemos de sê-lo.

Não tenhamos melhor conhecimento
Do que nos coube que de que nos coube.
Cumpramos o que somos.
Nada mais nos é dado.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

SÓ PRA NÃO PERDER O GANCHO

Com certeza, tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu.

POR ESSAS E OUTRAS

Sabe quando a gente tem a sensação de que não existimos? Ou melhor, que existimos assim mais ou menos, de conveniência(dos outros)? É por essas e outras que aprendi
que realidade é um estado de ser. Inclusive não sendo e assistindo o to be dos outros.
Um amigo meu diz que bebe por causa disso. Para esquecer que o esqueceram quando ele só queria ser alguma coisa que não fosse esquecida. Ou melhor, lembrado só quando necessário. Para o outro.

É o que ouvi contar hoje. Um sujeito foi encontrado na rua sem qualquer documento, sem qualquer memória. Um sujeito sem. Só foi lembrado como um sujeito ser quando chamaram a polícia.Todo mundo perguntou-lhe o nome, ninguém lhe disse amor.

sábado, 23 de outubro de 2010

PENSANDO BEM...

A crônica , a seguir, é do Nelson Mota e foi publicada no site www.sintoniafina.com.br. Bom de serviço e de cidadania,
Nelson é contundente neste texto.

NÓS E ELES

Quando um candidato vence uma eleição com 50% dos votos mais um, isto também significa que metade dos eleitores, menos um, votou contra o vencedor. Nesse caso, no Brasil, seriam cerca de 60 milhões de cada lado. Ao contrário das frias porcentagens, esses números são quentes e assustadores se vistos como homens e mulheres, suas vidas e seus destinos.

Mesmo quando a diferença final é maior, talvez por fatores regionais ou conjunturais, por acidentes de percurso ou fatalidades, os eventuais 0,01%, ou 10% de diferença não dão ao eleito mais poderes dos que a Constituição lhe garante. Tão importante quanto a democracia ser o governo do povo, para o povo e pelo povo, como os políticos gostam de dizer, mas não de fazer, é que a vontade da maioria prevaleça – respeitando os direitos da minoria e a Constituição. Se não, é chavismo.

Mas até Chávez sabe que nem sempre a maioria tem razão ou toma as melhores decisões, só por estar em maior número, mas as consequências são sofridas por todos. Maiorias não são infalíveis, condenaram Jesus Cristo e apoiaram Hitler, os maiores massacres da História foram de maiorias contra minorias, impondo a lei do mais forte sobre a civilização. Acima das maiorias, que são eventuais e sujeitas a interesses políticos e fraquezas humanas, estão as instituições democráticas, que são permanentes e impessoais.

Urna não é tribunal e a vontade da maioria não absolve ninguém de nada que afronte a lei e o estado de direito. Em campanhas acirradas e marcadas por ofensas e denúncias entre os adversários, suas histórias pessoais e seus aliados, o dia da vitória pode ser a véspera de confrontos que envenenam a democracia, movidos por paixões humanas. Como na Argentina.

A euforia rancorosa do “agora é nós” e as eventuais ameaças contra os vencidos têm um encontro marcado com a realidade da partilha do poder com os aliados e suas ambições políticas e pessoais - que pode até dar saudades dos adversários. Vença quem for, vitórias construídas com alianças espúrias, mentiras e trapaças têm vida curta e antecipam derrotas das melhores esperanças da população.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

MAIORIDADE

Meu filho caçula comemora, hoje, 18 anos. Conquista, pelo menos cronologicamente, sua maioridade. Perante a lei, torna-se responsável pelos seus atos. Perante ao pai, continuará sendo a mesma criança. Aliás, os meus cinco filhos - três meninas e dois meninos - serão sempre minhas crianças.

Mas o caçula - agora com 18 anos - me faz sentir ainda tão "novo", tão cheio de expectativas, tão emocionado com a vida. Sei que ele, como seus irmãos, continuará sendo uma pessoa linda, dócil, amiga, humilde, honesta e feliz.

Agora, é cuidar dos netos. Por enquanto dois mas...Bem, ainda sou um avô caçula, também.

domingo, 10 de outubro de 2010

DOMINGO DE SOL E...SOLIDÃO

Aproveito a manhã de sol pra adiantar um "para casa" de mi clase de español.Tenho que levar uma letra de música, sem algumas palavras, para que meus colegas completem, a partir da audição da mesma. Então, levo SILENCIO, uma composição de Rafael Hernández, interpretada por Ibrahim Ferrer e Omara Portuondo, que está no cd "Buena Vista Social Club presents Ibrahim Ferrer".Linda!

SILENCIO

Duermen em mi jardín
las blancas azucenas, los nardos y las rosas,
Mi alma muy triste e pesarosa
A las flores quiere ocultar su amargo dolor.

Yo no quiero que las flores sepan
los tormentos que me da la vida.
Si supieran lo que estoy sufriendo
Por mis penas llorarían también.

Silencio, que están durmiendo
los nardos y las azucenas.
No quiero que sepan mis penas
porque si me vem llorando
morirán.

Arquivo do blog