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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

DA VIDA E DA MORTE


O domingo prometia ser daqueles bem animados, ar de festa, de ver pessoas, reencontrar amigos.

Depois da leitura dos jornais, lá pelas 10 da manhã, fui até o churrasco de confraternização do “Amigos Peladeiros” convidado pelo Reginaldo, um dos organizadores e amigo já citado em outro texto. Risos, apresentações, uma carne e um um refrigerante.Sol rachando mamona.

Voltei para casa por volta das 12 horas.Garrafa de refrigerante sobre a mesa, computador e rádio ligados.Toca o celular.É o Leo Fontes, outro grande amigo e profissional de vídeo de primeira linha. Leo me conta da morte do Joaquim Santana., cinegrafista com quem trabalhei por muitos anos em produções para o SSV – Sistema Salesiano de Videocomunicação junto com Wandir Brandão, Geraldo Secundino, Antônio Machado, Sérgio Magalhães, Paulo Roberto Guimarães e Bernardo Santanna(apesar do sobrenome, sem parentesco com o Joaquim).

Notícias de morte, na melhor das hipóteses, incomodam. Da morte de amigos – no caso do Santana, uma amizade de 19 anos – dói. Não pela morte em si. Mas pela falta de oportunidade de estar mais perto dele, de conversar, de fazer planos. Protelamos os mais importantes compromissos em virtude dos infindáveis compromissos sem importância que viciamos em cumprir.

Morreu um amigo, um profissional emocionado, capaz de qualquer coisa em favor de alguém que lhe fosse querido. Bebemos ótimas cachaças, falamos de amores e desilusões, lemos Drummond. Captamos imagens do mundo como se quiséssemos montar o nosso próprio. A vida da gente é um quebra-cabeças sem um modelo para nos orientar na montagem. E deixamos de nos ver há pelo menos 5 anos.

Início da noite – que no horário de verão sempre nos engana – vou para a festa de aniversário do Nathan, “o presente de Deus” . O primogênito do Rômulo Breda e da Simone.

Rominho eu também conheci no SSV, na mesma época que o Joaquim. Era um editor que um dia confidenciou uma indecisão: se continuava como editor ou dava um ‘salto’.Como adoro o risco – em algumas situações,claro, pois não sou assim tão bobo quanto pareço – opinei que ele devia ‘saltar’. Hoje, além de profissional e diretor bem sucedido e reconhecido no mercado de vídeo, ele é o esposo da Simone e pai do Nathan. ‘Saltou’, mesmo! É um homem.

Na mesma festa Wandir Brandão,Vander Cláudio, Luciana Katahira, Davi Teodoro, Enerson e Paulinho. Amigos comuns meus, do Rômulo e do Joaquim. Durante algum tempo, o assunto foi a morte.

Aos poucos, mais relaxados, nos envolvemos com a música, as brincadeiras,os salgadinhos, refrigerantes e os docinhos. “Ah, os docinhos”, dirá o doutor Antônio Cícero ao ver meu próximo exame de glicose.
Hora do parabéns. Rominho, com a esposa e o filho, lembrou que ele e a Simone eram os arqueiros do filho.

O casal são arqueiros da vida. Nathan é o grande presente para todos nós, recém arremessado ao mundo. O mundo que eu e Joaquim tentamos montar. O sentimento de todos nós é de que a trajetória desse ‘presente de Deus’ seja a mais bela possível.

A trajetória de Joaquim Santana terminara na manhã do domingo. Agora, um outro arco o lançava para uma misteriosa trajetória. E nós também desejamos que seja a mais bela possível.

O melhor a fazer era comemorar. Se emocionar com os reencontros. Abraçar afetuosamente os outros. Amá-los ‘como se não houvesse amanhã’. Celebrar os acontecimentos mais importantes do ser humano: a vida e a morte.

Obrigado, Joaquim! Bem-vindo, Nathan!

* Fotografia de acervo

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