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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

DEPOIS DAQUI


Com o título traduzido de modo ‘oportunista’, aproveitando os resquícios da onda espiritista que passou pelo cinema e pela televisão, o filmeHEREAFTER , dirigido e produzido por Clint Eastwood, é uma dessas narrativas bem realizadas que vão direto ao assunto.

Clint quer falar sobre como é depois que morremos. Para isso, o roteirista Peter Morgan escreve uma história em que três pessoas tem relação distinta com a morte: George (Matt Damon), estadunidense, é um vidente desde a infância. Ganhou dinheiro com isso.Arrependeu-se e sente que não tem um dom. Que manter contato com a vida depois daqui é uma maldição; a jornalista francesa Marie (Cécile De France) que experimenta a “quase morte” durante um tsunami; e o menino inglês Marcus que sente a perda do irmão gêmeo e quer que ele volte.

Não é um filme espírita ou sobre o Espiritismo. Nem científico. É um filme sobre a vida, a morte, a fragilidade humana e sobre uma trama misteriosa que liga todos nós nesta circularidade prisional chamada Terra. É um drama, sem o dramático. O espectador é convidado a assistir uma história linear, sem surpresas – ainda que a sequência do tsunami seja surpreendente. O ritmo é o da vida, não o do cinema. As situações acontecem, as decisões são tomadas, as consequências são mostradas. Cada um escolhe o caminho a seguir. Não é um tratado, uma dissertação, um “por minha culpa, minha máxima culpa”.

A morte causa incômodos e mudanças. Pessoas ‘espertas’ tiram proveito disso.Pessoas dignas pesquisam o tema. Incautos existem aos montes. Estudos hilários e estudos sérios são realizados. A semelhança de relatos entre os que “morreram e ressuscitaram” é a principal evidência de que “tem alguma coisa do outro lado”, um “além da vida” na matéria.

Mais que isso, só interpretações, opiniões, teorias e crenças. Nem as ciências, nem as religiões – e nem o nosso oráculo moderno, o Google – tem respostas. O certo é que vamos morrer. E pronto!
Daí que Eastwood dirige com mão metódica um trabalho que sugere o seu direito de opinar; um comunicado de que ele sabe que, a qualquer momento, estará descobrindo o ‘depois daqui’. Um privilégio que não é exclusividade sua.

A gente se encontra lá!

A fotografia de ilustração está em www. celebridades.uol.com.br

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