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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O TEMPO


Olho o tempo.

Não! Alguém dentro de mim olha por mim um tempo que eu não quero ver. Não querer.Sou só não querer. Não me quero! Não quero as explicações sobre mim.
Nada! Eu não quero a velhice.

Quando eu era pequena, aprendi que a coisa mais velha do mundo é o universo.
E o universo continua ali, todos os dias . E diariamente estou aqui. Sem astronomias ou relatividades. Sem astronomias o relatividades . Como eu não tenho a disciplina de observar mudanças, o infinito, com suas estrelas de guiar os anjos é o mesmo desde o dia que eu soube que ele era a primeira de todas as coisas.

Eu não! Eu ainda sou a mesma outra.A mesma sozinha, medrosa…Que tem medo do escuro e de engravidar. É, engravidar. Se Deus pariu o mais antigo que existe, porque eu não posso me engravidar de um caos e de outro e de outro, até o dia do juízo final?

Meu medo é que um bem-te-vi pie três vezes no telhado da minha casa e deixe lá os agouros da má sorte. Mas eu dizia que eu não quero a velhice porque eu não quero ser por muito tempo. Acho que é mais por cansaço. Ser cansa, me ocupa de obrigações. Se houvesse alguém que pudesse ser por mim, talvez…
pois é, se houvesse alguém que pudesse me pegar nos braços, me soprar de amor… aí sim, a luz se faria em mim e eu brotaria estrela pra encantar-me de sempre. E de sempre eu encheria a vida do meu amor de infinita alegria.

E daríamos cordas em nós mesmos e sairíamos pelo vento das ruas desvendando esquinas, experimentando copos, bebendo sereno, paixão, saliva. De sempre estrela, eu constelaria no olhar dele. E romperia a ordem inter-estelar de todos os meus medos e gritaria para o mundo: eu amo! Eu amo! Eu amo!

Mas eu não sei juntar as coisas para construir o meu sempre.Sou desconjuntada, desconexa, desfeita, desconfortável… eu sou des… humana! Ai, eu, lesma morta! Mosca de sopa! Dulcinéia sem romance, sem autor. Eu sem página. Eu que não conto.

No retrato, ele. Ele e o retrato guardado entre as minhas roupas. Meus segredos não respiram, meus segredos não têm força. Eu, não tenho força e escondo-me entre as minhas roupas. Sou vazio entre molduras. Sou fora do tempo.

Ah! O tempo! O tempo mesmo que eu não queira haverá de chegar. Imponente, rodeará meu corpo, lamberá minhas feridas, infeccionará minhas pequenas cicatrizes. E o meu corpo  que não exala nem seus próprios medos continuará aqui, cheio de perspectivas.

Eu sou apenas ressalvas, eu sou, apenas…

* Fotografia de acervo

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