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segunda-feira, 26 de março de 2012

CIRCO EM MOVIMENTO


Falar sobre os problemas do transporte coletivo em Belo Horizonte é “chover no molhado”. Aliás, quando chove costuma entrar água dentro dos ônibus pelo desgaste das borrachas de vedação, etc.

As relações entre usuários e os “agentes de bordo”, classificação chique, talvez retirada do jargão das companhias aéreas – cujo serviço anda de mal a pior – são sempre atritosas. A pressão dos patrões contribui para o estresse do trocador e do motorista. E aquelas carinhas, os emoticons do RH, coladas no para-brisas , dizendo que o motorista “precisa melhorar”, é o fim da picada.

Mas uma situação constrangedora, arriscada e desumana dentro dos ônibus precisa de uma solução imediata do órgão controlador e do legislador municipal. O espaço e as cadeiras antes da roleta são para ocupação preferencial  de gestantes, deficientes e idosos. As gestantes pagam a passagem e descem pela porta da frente. Os deficientes e acompanhantes, devidamente identificados com documento próprio e os idosos, munidos da carteira de identidade, os apresentam para o trocador. Este faz a conferência. Quem não está sobre o amparo do benefício, paga a passagem.

Acontece que para fazer essa conferência, o trocador ( muitos deles mulheres ) precisa sair da sua cadeira, pular a roleta, conferir , pular a roleta de volta e retornar ao seu assento. Essa operação é realizada com o veículo em movimento. Se para os homens já não é muito fácil o contorcionismo, para as mulheres então… Algumas, despreocupadas com o peso, outras parecendo taquarinhas armadas, jovens e de meia-idade se esforçam para executar a operação. Puxam a calça – senão a cintura baixa revela uma “linha do Equador” na vertical –  , enfiam o pé nos vãos da roleta, impulsionam o corpo e “seja o que Deus quiser”. Até que alguém se machuque.

De onde partiu a ordem, não sei. Sei que em tempo onde vereadores distribuem títulos e dão nome à ruas e praças, cabe uma atitude. Se não é da alçada deles que pressionem então para uma mudança do processo junto à BHtrans.

Por falar em pressão, em que lugar deste texto cabe citar o sindicato da categoria?

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