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sábado, 7 de abril de 2012

ATIRE A PRIMEIRA PEDRA


Ético é aquele que , através de suas atitudes, propicia o bem do próximo, da comunidade, do mundo para não perder o romance. Me preocupa muito os juízes de plantão, os mestres do templo, os doutores da lei, os arautos do politicamente correto que aproveitam dos erros de outrem para lançar mão de sentenças apocalípticas e mandar todo mundo para a fogueira.

Primeiro, somos todos bárbaros, completamente doidos ou quase. Segundo, os códigos e leis não dão conta das nossas “modernas” condutas. Terceiro , as forças reguladoras, fiscalizadoras e repressoras são cada vez mais frágeis: o crime, o ilegal, o jeitinho, o “sabem quem sou eu” , o primeiro eu e o segundo também minam por completo a base legal de suas ações. Na melhor das hipóteses, essas forças são omissas.

É aquela história: defendo o aborto desde que não seja na minha (e sua) família, desde que não seja a minha(e sua) filha; aposto que uma criança em situação de risco pode ser protegida se acolhida em um lar estruturado desde que não seja no meu (no seu); é um absurdo a falta de higiene de logradouros públicos mas o meu(e o seu) cachorro podem defecar onde bem entenderem; participo de campanhas pela vida e quase gozo(você também) quando um marginal é espancado ou morto( e se ele matou alguém, a gente acha pouco o castigo que ele recebeu); a gente se assusta com o avanço das drogas, em especial o crack, mas dá uns “tapinhas”, uns “tecos” por aí em nome do descolado, do antenado, do conectado; a gente apóia, pela internet,  todas as solicitações de adesão à alguma causa(desde o perdão de um oposicionista no Afeganistão até a cirurgia para colocação de prótese num cão atropelado mas quase morre de raiva quando o vizinho do lado bate à nossa porta pedindo ajuda.

Não só personalidades e servidores públicos devem dar o exemplo. Aliás, no caso dessas duas categorias, o comportamento e o caráter éticos devem estar implícitos. Nós, também precisamos repensar nosso comportamento. Metemos o pau nos políticos mas não fugimos de uma possibilidade de aproximação, abraço, cumprimento e fotografia. Com um pouco mais de intimidade, pedimos um favor ou oferecemos nossos préstimos. E, cúmulo da falsidade,  juramos que votamos nele. Com as personalidades, pedimos autógrafos e lembrancinhas (os menos afoitos dizem que é para o filho, o neto, a esposa, um amigo, a namorada),tiramos fotos e nos esquecemos das críticas e comentários desabonadores que fizemos sobre elas.

Ótimo quando a lei é aplicada. Contudo, toda vez que a histeria surge como orgasmo dessa aplicação, o punido vira exceção, a falta se transforma em deslize. E o tempo passa, o tempo voa mas a hipocrisia persiste numa boa.

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