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sábado, 21 de abril de 2012

KANE


KANE *

Orson Welles foi um cidadão disposto ao risco e talentoso para enfrentá-lo. Talvez até arrogante por causa de sua transbordante criatividade. Contudo, pagou caro por isso.

Desde a transmissão de uma adaptação de “A guerra dos mundos” de H.G.Wells, em outubro de 1938, pela rádio Columbia Broadcasting System , que provocou pânico entre os ouvintes( http://www.classicosdaradio.com/WarWorld_inicio.htm ), Welles apostou em uma linguagem mais agressiva, inconformada para o texto, a interpretação e a narrativa cinematográfica. Daí, a sua grande obra, “Cidadão Kane” cuja pré-estreia aconteceu em Nova York em 1º. de Maio de 1941.

É uma aula de interpretação, direção, roteiro, fotografia e exemplo da potencialidade do cinema – e dele – em contar histórias. Orson consegue utilizar quase que à exaustão recursos já comuns ao cinema como flashbacks, câmera baixa, entre outros. A questão é que esse uso se faz com uma qualidade e dramaticidade impressionantes.

Como a história se aproximava muito da história real de um magnata das comunicações, William Randolph Hearst, o filme teve dificuldades de toda ordem, principalmente de divulgação, devido às pressões de Hearst. Como o contrato de Welles com a RKO não permitia que a empresa alterasse o filme, o filme não pode ser modificado pelo poder econômico do magnata.Mas , dizem os conspiradores de plantão, Orson passou a ter problemas com todas as suas produções seguintes.

“Cidadão Kane”, independente de ser considerado um dos “melhores filmes de todos os tempos” – existem listas que o incluem entre os dez mais importantes – é um filme sobre poder,dinheiro e solidão. Os moderninhos podem classificá-lo de “retrô”. Os lúcidos, de soco no estômago.

A ilustração está em www. alana.org.br

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