Sítio para se reunir umas idéias,alastrar umas poesias, pendurar fotos, elogiar as artes e artimanhas, atrair humanidades e ir, ir, ir ...
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
EU FAÇO VOCÊ FELIZ?
Eis uma pergunta que costumamos ouvir de vez em quando e formular também outras tantas vezes.
Conheço pessoas desorganizadas, impontuais, com diversas atividades mas que nos livram de situações delicadas ou, até elas aparecerem, sem solução.
Conheço pessoas passionais, emotivas e pegajosas, com citações e cartões de mensagem mas que nos olham e nos domam.
Conheço pessoas que falam alto, esbravejam, ficam vermelhas, com críticas duras mas que nos abraçam entregando a própria vida.
Conheço pessoas que não respondem correspondências, são anti-sociais, com reservas sobre o mundo mas que nos ouvem como se fossemos a única voz da face da Terra.
Conheço pessoas que detestam visitas, que não visitam, arrepiam ao ouvir a campanhia tocar mas nos confortam com um aceno de mão.
Conheço pessoas que dizem o melhor não! do planeta.
Conheço pessoas donas do silêncio mais indispensável para nossa vida.
Sou eu o responsável pela minha felicidade ou infelicidade. Sou feliz se não exijo do outro mais do que ele pode me oferecer. Sou infeliz se cobro dele mais, pois este mais não vem de livre vontade. Vem para não me contrariar. E o outro passará a ser infeliz com a minha exigente felicidade. Felicidade demais é muito chato!
A paixão releva e a convivência revela.
Conheço você há tanto tempo….Se você me faz feliz?
Faz!
* A fotografia de ilustração está em www.noticiaprosaepoesia.blogspot.com
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
TOGETHER IS BETTER!
Véspera de Natal. Ganho de presente um lindo porta-retrato, uma fotografia dentro de um coração e um escrito: Together is better. Depois um almoço, uma volta rápida pelo shopping. É hora de voltar para casa. Cada um para a sua, para os seus preparativos, seus cumprimentos, seus presentes.
Na saída, encontro um conhecido. Profissional da minha área, editor de vídeo de primeira linha, realizamos juntos um curta que conquistou uns prêmios por aí.
Feliz, junto de quem me é o melhor, quero abraçá-lo. Um gesto para dizer que gosto dele, que estou muito alegre em reencontra-lo. Ele refuga. Põe a mão no meu ombro e me afasta.
Diálogo prossegue, ele conta que a empresa onde trabalhava fechou as portas e ele não será aproveitado pela outra organização que vai assumir as atividades. Estranho a informação, uma vez que ouvi dizer que a nova empresa pretende incorporar ao seu quadro de profissionais os que prestavam serviços para a outra.
O conhecido reforça que não vai acontecer. Pergunto o que ele está fazendo e ele diz que nada, mas que está tudo bem.
Aí bate aquela vontade de querer fazer alguma coisa, um conhecido está sem trabalho! Digo que conheço o pessoal da nova organização, pergunto se posso falar no nome dele.O conhecido muda o semblante, diz que não, não precisa, que está bom assim. Ironizo – e não escondo o meu descontentamento pela atitude dele – e brinco que gostaria de ser como ele: na véspera de Natal, sem emprego e afirmando que estava tudo bem. Ele ri. Nos despedimos.
Volto a caminhar. Meu coração pressente que uma ponta de rancor vai tomar conta. Meu coração sente que meu conhecido está magoado, acredita-se injustiçado. Responder que está “tudo bem” é uma forma de tripudiar, de vingança contra quem não se lembrou dele. E, de resto, com o resto do mundo. Isso ele leva consigo.
Minha companhia reflete que não tenho razão de ficar rancoroso, chateado com a atitude do outro. Talvez ele não queira mesmo, pode estar tudo bem com ele, ela diz e me pede para parar de falar palavrão. Isso não pode vir comigo.
Então vou pela tarde chuvosa. Junto dela. Juntos à vida. Juntos na vida. Para sempre.
Juntos é melhor!
* A foto de ilustração está em www.interludioemflor.blogspot.com
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
"BUSÃO"
Esse negócio de treinamento, aperfeiçoamento, melhoria das relações entre fornecedor e usuário costuma criar situações que beiram o surreal.
A empresa de ônibus que opera o trajeto de meu bairro ao centro da cidade tem um programa de avaliação de seus motoristas. O resultado é afixado na parte interna do para-brisa dianteiro do ônibus.
De modo geral eu sempre faço uso do CUT, coletivo único dos trabalhadores. O veículo passa tão lotado de gente que vai para o trabalho que parece ser só aquele, não vai ter outro. Daí o apelido.
Pois é, as pessoas vão entrando e lá está uma carinha dizendo o que a empresa quer do seu funcionário. As carinhas alegres – os emoticons da periferia – até que são mais receptivas. Incentivam o profissional do volante a ser mais, congratulam com o fato de ele ter chegado lá. Tem gente que acha que é o maior mico, que o sujeito ao volante é um puxa-saco.
Dureza são as carinhas que identificam o lado escuro da Lua. A gente tem a sensação de que é o próprio motorista que está dizendo para os passageiros: “não vou melhorar, p… nenhuma”! Tem gente que acha uma bobagem esse negócio de curso de relações humanas. “Eles pensam que estão carregando porcos”!.
A figurinha, lá na frente, bem centralizada, avança com sua cara de poucos bofes para qualquer um, não importa se é idoso, grávida, deficiente físico. “Sou do mal, e daí ”?A viagem ganha um outro colorido. A cada acelerada, brecada ou buzinada, a cara olha para nós tirando satisfação: “quer dirigir” ?
Nessa linha, com perdão do trocadilho, logo vamos ter que perguntar ao motorista se ele deixa a gente entrar no ônibus. E pela ‘carinha’ vai dar para saber a resposta.
* A foto de ilustração está em www. semfrescura.wordpress.com
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
O CAMINHO
O Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus entrou na minha vida lá pelo início doa anos 1980. Eu trabalhava na Coordenadoria de Tecnologia Educacional do Centro de Desenvolvimento em Administração da Fundação João Pinheiro. Produzíamos vídeos de treinamento para a administração pública municipal e para a gestão empresarial.
Decididos a participar de um festival de vídeo em São Paulo, buscamos temas. A então editora de imagens, Maria Lúcia Braga comentou sobre o Núcleo. Fizemos uma visita, apresentamos nossa idéia. O documentário foi aprovado, premiado e, posteriormente, serviu de combustível para que a instituição buscasse novos apoios na mídia. Era preciso divulgar a obra, obter recursos, crescer. A primeira porta foi a do SSV-Sistema Salesiano de Videocomunicação, através do José Aurélio Redig e padre Hélio( se não me falha a memória).
Naquele tempo conheci seu Célio, o fundador. O Márcio e o Coronel Drumond. Seu Célio já deixou este plano – creio que no ano passado. Do Márcio não tenho notícias. Quanto ao Coronel , nos encontramos e nos falamos várias vezes. Faz algum tempo que não ligo para ele. Espetaculares seres humanos.
Se a intenção do Núcleo era crescer, o sonho se tornou realidade. Como colaborador mensal – através da minha conta telefônica – recebo o “jornal dos amigos do Núcleo”, O CAMINHO .Quarenta e um ano depois de sua fundação, o Caminhos para Jesus é um exemplo de que o caminho que escolhemos para dar sentido às nossas vidas deve ser, sempre, tratado e alimentado. Não devemos abandonar ‘nossas direções’ só porque os primeiros passos possam doer. Como diz o poeta, nada de chorar o que acabou, mas comemorar o que aconteceu (acho que é isso).
Para seguir o seu ‘caminho’ o Núcleo precisa muito de todos nós. Para chegar até ele, via rede, o caminho é www.caminhosparajesus.org.br
A gente se encontra nesta estrada.
* A foto de ilustração está emhttp://www.caminhosparajesus.org.br/site/galeria.php
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
YES, NÓS TAMBÉM TEMOS!
O noticiário científico diz que cientistas estadunidenses encontraram uma mulher – elas, sempre elas – que não tem medo. É, não tem medo! Ela é portadora de uma rara disfunção cerebral que a impede de temer qualquer coisa: armas apontadas para ela,cobras, fofocas de vizinhas. Os estudiosos convivem com essa mulher há 20 anos. Seu nome de batismo científico é SM. Pode ser Sem Medo. Ou Simplesmente Mulher. Ou Sou Macha…seu frouxo!
Segundo os pesquisadores, SM teve uma parte do cérebro destruída. Parece que é sequela de uma cirurgia para retirada das suas amígdalas.
Nada de espantoso. Por aqui estamos cheios de pessoas – homens e mulheres – sem o menor medo de lesar o outro, os outros, o país interior. E com uma peculiaridade: no lugar das amígdalas, deixaram extrair o pudor. Até segunda ordem, cirurgia que deve ter acontecido no mesmo instante em que o obstetra cortou-lhes o cordão umbilical. Desligados da origem, trataram de se agarrar em outras destinações. Sem medo.
Os nossos não são um caso para a Ciência. São para a polícia.
Sem medo, metem a mão no cofre, metem a mão na gente e não emitem o menor sinal de arrependimento. Só um psiu ao cúmplice para que não acorde a letargia nacional.
Cobras, lagartos, aranhas, facas de ponta ou bazucas, tudo fichinha para esses corajosos. Plêiade de astros e estrelas de um céu cavoucado com unhas,dentes e documentos…falsos.
Corajosos que dizem aos seus familiares, se apanhados com a mão no alheio: “não me chame de ladrão porque você viaja para a Europa, você troca de carro, você compra sua bolsa de grife e você explora a empregada com o fruto do meu…é…trabalho”!
E ajustando a gravata, conclui: “sou probo”!
Eu, trouxa.
* A ilustração está em www.scienceblogs.com.br
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
HISTÓRIAS
Ele retardou ao máximo a saída de casa. Só para dar tempo da hora passar e chegar a hora propícia de ligar para a amada. Antes das 10, num domingo, mesmo com um sol de rachar mamona? Nem pensar. Ainda mais que ela estava ‘dodói’. Mas quer ligar para confirmar se eles se encontrariam, rapidinho, ainda no final da manhã. É que para ir ao seu destino ele passaria bem ao lado, mas bem ao lado,mesmo! , da casa dela.
Nas histórias de fadas,duendes,dragões,reis e príncipes, as princesas moram em castelos, vivem em folguedos com suas amas e aias. Brincam com seus bichinhos de estimação, escovam os cabelos ao acordar e ao dormir. Umas aprendem a tocar harpa, outras alaúde. Algumas tecem.
A princesa dele mora num prédio alto, é moderna, descolada, independente, viajada. Bordado, piano, alaúde?! Credo, tá fora! Agora é notebook, celular,cervejinha com os amigos,uma festa aqui, outra ali, planos, contas a pagar. E uma boniteza. Lindinha,lindinha! O amor do resto da vida dele. Para sempre.
Então ele liga. Ela não parece bem.Ele diz que está saindo e que vai para a casa dos pais.Ela quer saber se ele vai dormir lá. Não,não na casa dela! Ela é moderna mas o fosso entre os dois não é um lodaçal pestilento com víboras e crocodilos. São outros quinhentos. Ou mil. Ela quer saber se ele vai dormir na casa dos pais dele.
Ele vai. Mas quer mesmo é encontrar com ela, só um pouquinho. Aquela tentativa de se fazer encaixar entre as tantas coisas que a sua princesa tem a fazer ou não fazer. Ele quer é entrar numa fresta, sabe? Naquela linha entre a hora cheia e a meia hora seguinte que as agendas possuem.
Ela não confirma o acerto do dia anterior. Ele reforça que está saindo de casa. Ela não capta a mensagem. Ele diz que eles vão se falando. De jeito nenhum vai perguntar se eles vão se ver. Ela pode não gostar,dizer que não está bem. Melhor deixar como está. E que ela fique boa logo.
Agora, passando ao lado do prédio dela, ele pensa que as princesas debruçavam na janela para ver os seus amados. Acenavam, tímidas. Jogam lencinhos, as mais atrevidas. Ou corajosas. Depende da intenção.
A princesa dela podia chegar até a janela e dar um tchauzinho. No domingo ensolarado, ainda que ‘dodói’, ela tem o computador , o celular,a cervejinha com os amigos, e a agenda.
Ele sonha demais, meu Deus! Que ideia é essa de dragão, fosso,alaúde. Alaúde?!
* A ilustração está em www.comunidadeuniversorh.blogspot.com
domingo, 4 de setembro de 2011
CONQUISTAS
Depois de muito empenho, presentes, favores,torpedos e outras tantas insistências comuns ao processo, ela aceitou o convite dele para sair. Ele se vangloriou; difícil, pero no mucho. Linda, ela. E ele, afinal de contas, era ele.
Ela topou mais para ser agradável, política de boa vizinha profissional, para aliviar a pressão das colegas de trabalho (rarai!) e pronto. Ele queria mais. Ih, põe muito mais nisso!
Lugarzinho aconchegante. Dexter Gordon de fundo, luz de sussurros, mão na mão, olhos nos olhos, sim com sim. Não? Não!
A conversa, dela, trabalho e futuro. A dele coincidia mas acrescentava: ela. Melhor, ela e ele. Claro que precisavam se conhecer mais intimamente, ver os comuns, ajustar os incomuns, respeitar ou limar os “sou assim mesmo e pronto”. Ninguém é convictamente “assim mesmo e pronto” !
Ela pediu água mineral gasosa. Água? Tá brincando! Não estava mas preferiu não esquentar a discussão. Desce um chopp. O anfitrião pensou que seria uma vodca, um bourbon. Foi de chopp também para não perder o controle da situação. Aquilo era negócio sério. Estratégia. Marco Pólo de barzinho. Amendoim para acompanhar.
Jogo só pelas laterais, sem lançamento de profundidade, bola mal distribuída no meio do campo. Aí ele viu a outra lá naquela mesa perto do bar. Linda? “Lindassa”, não importava se com dois ss ou com cê cedilha. Ortografia não era o problema. O problema era aquela loucura ali sozinha, aquela gata de fazer o Cristo Redentor abaixar os braços, dar formiga no Pão-de-Açúcar e o bondinho virar trem bala.
A questão era a primeira para agora, a outra para amanhã, depois de amanhã no máximo. Ou, vai depender dela, para mais tarde. Tem mulher que não tá nem aí!
Conversa só vai, conversa não vem. Os dedos brincando de redemoinho com os amendoins. O segundo chopp dela com lacre de interditado para mais. Ele no quinto, mas pela metade e …
Então ele pensou ter visto a outra fazer um sinal. Ficou atento. E ela fez mesmo um sinal. Peguei, anotou ele, indo em direção ao banheiro. Passou pela mesa, deu boa noite, obteve resposta. No banheiro quase que arranha o azulejo de tanto, digamos, frisson.
Na volta, parou no bar. A outra se levantou, foi em direção a ele e rasgou logo a lataria: posso falar com a sua amiga? Murraço no meio do peito para não doer muito. Ele olhou para a primeira e ela, sorrindo levemente tímida, parecia pedir para ele: deixa,vai!
A outra foi. Ele chamou o garçon. Pediu três chopps. Dois para as senhoritas. E do bar fez uma sinal: esta rodada é por minha conta.
* A ilustração está em www.games.limao.com.br
sábado, 3 de setembro de 2011
CARREGANDO NAS TINTAS
No fundo do ônibus – lotado – fileira das cinco poltronas. Poltronas para valorizar o alcochoado. Na janela, a moça, fone de ouvido em uso, vai para o trabalho. O celular entra na viagem.
- Oi, mô…
- …
-Ah, você escolhe a cor…
- …
- Ah, mô, branco suja muito!
- …
- É, mô, vê aí…É, um verde água,verde piscina…
- …
- Mô, não dá pra sala ser marrom e o resto da casa vermelho, né?! Entendeu?
- …
- Mô, olha se a tinta é lavável,vê como é que é…
- …
- Aqui, compra aguarrás ..Eu nem sei se aí vende aguarrás…Tem que vender, né, se vende material de pintura…
A fala é num tom baixinho, ela tem tudo sob controle. O ônibus segue em frente.
- Dá um cheque pra ele e fala que a gente leva o dinheiro depois e troca.
A expressão do rosto perde um pouquinho do brilho. Pouquinho.
- Então fala que a gente leva amanhã na casa dele…ou hoje à noite!
- …
- Mô…mô…mô,posso falar?…Posso?
Risinho.
- Mô, não precisa comprar aquele rolinho, tá?
O final de semana promete. Trabalho. Casa pintada. Paixão em ordem. Tudo sob controle. Dela, mô!
Ao se levantar para descer, a calça de cintura baixa revela o cós da calcinha. Rosa com bolinhas brancas.
Cores são cores. Na vida. Nas paredes. Nos amores.
*A ilustração está em www.lojaseofertas.net
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
PESSOAS SÃO PESSOAS
Pessoas são pessoas. Nada mais do que pessoas. Tem pessoas que são e sabem quem são. E pessoas que nem sabem o que são.
Tem pessoas boas, de bondade retumbante. Tem pessoas ruins que maldade alguma lhes basta.
Tem pessoas alegres, sorriso farto e espontâneo. Tem pessoas que nem escovam os dentes.
Tem pessoas que amam platonicamente. Tem pessoas que amam plutonicamente. É, elas aqui e os amados em Plutão. O mundo virtual resolve as questões triviais.
Tem pessoas que ajudam. Tem pessoas que não. E como ajudam não ajudando!
Tem pessoas que são mãos boas, tudo o que plantam cresce e floresce. Tem pessoas que não deixam semente.
Tem pessoas que juram amor eterno. Tem pessoas que escondem seus amores até que a eternidade chegue.
Tem pessoas que ouvem música e são harmoniosas como uma sonata. Tem pessoas que até no olhar desafinam.
Tem pessoas que são corajosas e ponderadas. Agem na hora certa, defendem o que lhes é justo. Tem pessoas que são covardemente covardes e fogem do que é justo.
Tem pessoas que respondem rapidamente aos amigos. Tem pessoas que não tem nem inimigos. Ou são inimigas até de si mesmas.
Tem pessoas que não tem vergonha de confessar suas paixões. Tem pessoas que são apaixonadas em rir das paixões alheias.
Tem pessoas que se vestem por prazer. Tem pessoas que se vestem pelo desejo de ir para a vitrine.
Tem pessoas que gostam de poesia. Tem pessoas que rimam dor e dor.
Tem pessoas que se encontram com as outras,conversam,festejam, sentem falta dos ausentes.
Tem pessoas que ligam para contar sobre os encontros em que os interlocutores não participaram e elogiam as ausências.
Tem pessoas que dizem eu te amo. Tem pessoas que engasgam.
Tem pessoas que amam, agora. Tem pessoas que agendam e sempre adiam.
Tem pessoas que lêem até isto. Tem pessoas que não lêem nem a si próprias.
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