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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

TOGETHER IS BETTER!




Véspera de Natal. Ganho de presente um lindo porta-retrato, uma fotografia dentro de um coração e um escrito: Together is better. Depois um almoço, uma volta rápida pelo shopping. É hora de voltar para casa. Cada um para a sua, para os seus preparativos, seus cumprimentos, seus presentes.

Na saída, encontro um conhecido. Profissional da minha área, editor de vídeo de primeira linha, realizamos juntos um curta que conquistou uns prêmios por aí.
Feliz, junto de quem me é o melhor, quero abraçá-lo. Um gesto para dizer que gosto dele, que estou muito alegre em reencontra-lo. Ele refuga. Põe a mão no meu ombro e me afasta.

Diálogo prossegue, ele conta que a empresa onde trabalhava fechou as portas e ele não será aproveitado pela outra organização que vai assumir as atividades. Estranho a informação, uma vez que ouvi dizer que a nova empresa pretende incorporar ao seu quadro de profissionais os que prestavam serviços para a outra.
O conhecido reforça que não vai acontecer. Pergunto o que ele está fazendo e ele diz que nada, mas que está tudo bem.

Aí bate aquela vontade de querer fazer alguma coisa, um conhecido está sem trabalho! Digo que conheço o pessoal da nova organização, pergunto se posso falar no nome dele.O conhecido muda o semblante, diz que não, não precisa, que está bom assim. Ironizo – e não escondo o meu descontentamento pela atitude dele – e brinco que gostaria de ser como ele: na véspera de Natal, sem emprego e afirmando que estava tudo bem. Ele ri. Nos despedimos.

Volto a caminhar. Meu coração pressente que uma ponta de rancor vai tomar conta. Meu coração sente que meu conhecido está magoado, acredita-se injustiçado. Responder que está “tudo bem” é uma forma de tripudiar, de vingança contra quem não se lembrou dele. E, de resto, com o resto do mundo. Isso ele leva consigo.

Minha companhia reflete que não tenho razão de ficar rancoroso, chateado com a atitude do outro. Talvez ele não queira mesmo, pode estar tudo bem com ele, ela diz e me pede para parar de falar palavrão. Isso não pode vir comigo.

Então vou pela tarde chuvosa. Junto dela. Juntos à vida. Juntos na vida. Para sempre.

Juntos é melhor!

A foto de ilustração está em www.interludioemflor.blogspot.com

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