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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

GOOD TIMES

GOOD TIMES *

Passo pela avenida do Contorno. Barulho de demolição. O mercado distrital da Barroca foi abaixo. Máquinas e homens vão mudando o cenário do local. Até o momento em que passo em frente à obra, as mangueiras frondosas estão preservadas. O terreno ao lado, onde funcionou a delegacia de furto de veículos também vive a movimentação de máquinas e homens. É o progresso, é a expansão dos negócios, é a concretagem do ser humano.

Lá nos meus tempos de peace and love , embalado pela frenética guitarra de James Marshall  “Jimi”  Hendrix, entre outras pearls do rock , entre um tapinha e outro num “baurete” de excelente “manga rosa” acochado em fina seda de qualidade, vendia meu artesanato no estacionamento do distrital.

Pulseiras de miçangas, peças em vidro, jogos de copos, artesanato em couro. Arte e aquela sensação de que o mundo de dividia em dois: o meu e dos meus amigos e o resto.

Durante as horas que passávamos ali, vendendo ou não, nos divertíamos com planos de viajar para a Europa, comprar todos os discos de um ídolo, assistir shows nos grandes centros da música internacional, reconhecer Caetano e Chico, Vandré e Mutantes. Com reverências ao Terço, Sá e Guarabira, Zé Rodrix e segue a caravana.

Mercadoria estendida, um freguês de vez em quando, muitos curiosos e muito olhar de indiferença e rejeição, ficávamos a refletir sobre as veleidades da vida. Tudo em múltiplas cores. A vida era uma festa.
Onde expúnhamos nossa arte agora se vê escombros. Aquele tempo de liberdade soterrado. Me senti adulto demais. Quase fotografei com o celular. Mas aí seria curva-me demais. Afinal de contas, e a minha rebeldia jiminiana?

A ilustração está em www. infinitadiversidade.blogspot.com

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