VIVENDO UM GRANDE AMOR *
Amanheceu ansioso,cumpriu suas tarefas da manhã, fez algumas compras e voltou para casa. Agora era esperar a chegada da namorada.
Quatro da tarde, dentro do combinado, ela chegou linda e sorridente. Aquela alegria era uma espécie de raio cósmico que bate no peito do sujeito e o deixa abestalhado para o resto do dia, da noite, da vida.Conversam, se abraçam, trocam beijos, juras e notícias.
Início da noite, os dois encostados na cama, um filme para assistir. Depois uma lasanha, talvez um chocolate. Ela gosta de comédias românticas, nada muito tenso pois é hora de namorar, de amar. Nada de discutir intenções de diretores, ideologias cinematográficas. Apenas ver um filme, rir, chorar, emoção. As coisas principais de uma boa história.
Ele sugere ‘Se meu apartamento falasse’, de 1960, ganhador de 5 Oscar, incluindo o de “Melhor Filme”. Ela ainda não assistiu e o namorado garante que a namorada vai gostar. Segue o filme. Jack Lemmon, Shirley MacLaine e Fred MacMurray , maravilhosos – e maravilhosamente dirigidos por Billy Wilder que também assina o roteiro junto com I.A.L Diamond .
Em uma das cenas, Lemmon prepara um espaguete para MacLaine e usa uma raquete de tênis para escorrer a massa. Mais adiante, sozinho, sem comer o macarrão ao lado da mulher que ele ama – ela é levada do apartamento dele pelo cunhado – Jack pega a raquete e tira um fio de espaguete que ficou preso na tela da raquete. Segura-o. Suspira e o enrola no dedo. O tênue cordão do amor não trazia nada na outra ponta.
Ele tomou a mão dela. Colocou sobre seu peito. Disfarçou uma lágrima e suspirou também. Naquele instante, ainda que ocorresse mais adiante uma reviravolta na história, ele se sentiu o homem mais feliz do mundo.Desses hoje não tão comuns homens que sabem que amam no enredo do amor. E que isto é o melhor de todos os filmes.
* A fotografia de ilustração está em www. oesquema.com.br
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