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sábado, 10 de janeiro de 2009

É PRECISO PENSAR

A polêmica do momento na terra de Drummond é o cancelamento do carnaval. Entre prós e contras, aproveitam para misturar sentimentos e ressentimentos muito, muito particulares. Incluem nomes, ameaças. Isso sem falar no tal do “fogo amigo”. Sem comentar o que diria Drummond dos erros linguísticos (sem trema, conforme decisão dos “filólogos”, muito bem lembrada pelo jornalista Fernando Silva no seu artigo “A “filologada” que hifenizou a vida da população”- vide www.viacomercial.com.br ) cometidos tanto na gramática quanto na ortografia nos comentários enviados para a Defatoonline(vide www.defatoonline.com.br ) , segue um escrito do poeta Carlos. Em tempos onde os especialistas, cientistas, fofoqueiros e ressentidos não encontram soluções para os seus próprios problemas, que tal a intromissão da poesia?

A Verdade
(Carlos Drummond de Andrade)
www.aindamelhor.com/poesia/poesias04-carlos-drummond.php

A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual
a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,
sua ilusão,
sua miopia.

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