A viagem do elefante, o mais novo livro de José Saramago - Cia das Letras, 256 págs. - consegue reunir o bom humor, a ironia, o sarcasmo, a história e a efemeridade do ser humano, dos seus títulos, das suas vaidades de caráter e de matéria. Saramago, que esteve muito doente e que dedica o livro à sua mulher, Pilar, " que não deixou que eu morresse", de algum modo, usa o périplo do mamífero - que na vida "real" abandona o grupo para morrer sozinho - para sinalizar a compreensão de seu próprio fim. O livro tem um tom de confissões antes de partir. E ele afirma que o melhor, na vida, é ser romancista,ficcionista,mentiroso.
Assim como os elefantes, nós também nos recolhemos quando o sentido de ir embora é mais forte do que as rotas que traçamos para a nossa vida, aqui. Ao contrário de buscarmos refúgio em uma caverna, ou lugar distante, voltamos ao profundo de nós mesmos para compreender a ruína de tudo aquilo que pensavámos ter construído. E percebemos que tudo se resume a doses homeopáticas de ilusão que ingerimos para fugir da verdeira razão das coisas:o fim.
Desmoronam-se os laços afetivos, as casas, as famílias, os irmãos, os amigos. Saimos para morrer dentro da nossa própria solidão, num colóquio sombrio com o silêncio.
Somos elefantes de vaidades. Mas não deixamos marfim como lembrança de nós.
Assim como os elefantes, nós também nos recolhemos quando o sentido de ir embora é mais forte do que as rotas que traçamos para a nossa vida, aqui. Ao contrário de buscarmos refúgio em uma caverna, ou lugar distante, voltamos ao profundo de nós mesmos para compreender a ruína de tudo aquilo que pensavámos ter construído. E percebemos que tudo se resume a doses homeopáticas de ilusão que ingerimos para fugir da verdeira razão das coisas:o fim.
Desmoronam-se os laços afetivos, as casas, as famílias, os irmãos, os amigos. Saimos para morrer dentro da nossa própria solidão, num colóquio sombrio com o silêncio.
Somos elefantes de vaidades. Mas não deixamos marfim como lembrança de nós.
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